sexta-feira, janeiro 09, 2015

Quando morreu a minha avó




 
Muita gente boa, por estes dias, tem andado por aí a perguntar a propósito dos assassinatos no Charlie Hebdo:

− Por que é que, ó gentes, nunca se indignaram, manifestaram e fizeram semelhante escarcéu com outros massacres, que estão sempre a acontecer, como no Iraque, na Nigéria ou no Paquistão?

E o Ruanda, que dizem? Aquilo é que foi um massacre sem tamanho, um genocídio, uma coisa brava.
Alguma vez se lembraram de fazer, e exibir, papelinhos a diz “Eu sou tutsi”?

Estas pertinentes perguntas remetem-me para uma outra, de cariz mais pessoal, mas que me atormenta há anos:

− Por que é que, quando morreu a minha avó, eu fiquei muito mais triste e sentida que quando morreu a avó da minha vizinha, também ela uma muito boa senhora?

1 comentário:

  1. TÃO SIMPLES E TÃO VERDADEIRO ...
    Em meia dúzia de linhas disse mais que centenas de páginas de jornais dos últimos dias.

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