Encontrei e
roubei esta imagem a um amigo do facebook porque, basicamente, com ela me
identifiquei no que se refere à nova guerra israelo-palestiniana.
Este é um
conflito mais velho do que eu, cresci com ele e envelheço com ele.
Novidades em
2014:
É a primeira
vez que o acompanho nas redes sociais, e também não me lembro de alguma vez ter
sentido tanto a sua dureza.
Os níveis de
violência que chegam até nós são inauditos.
Vejo as
notícias e dizem-me que 90% dos israelitas querem continuar a guerra até ao fim
(não quero, sequer, imaginar o que entenderão eles por “até ao fim”); o Hamas,
por seu lado, espumando da boca, nem aceita tréguas humanitárias para socorrer
a sua gente.
Tento
perceber o que será viver encurralado, sem lugar para onde fugir, e com as
bombas a caírem em cima da minha família. É horror a mais.
Se é óbvio
que ambos os povos têm lideranças que não os merecem (coisa que não acontece só
a nós), isso também não me impede de ver a enorme desproporção de forças, o inenarrável
sofrimento dum povo comparado com a normalidade tranquila do outro (também vi
isso na mesma reportagem da televisão.)
A grande
novidade em 2014 são as redes sociais, que tudo ampliam.
Por lá vejo
gente histérica em defesa dos palestinianos, publicando imagens de todos os
horrores sem saberem de onde realmente provêm, mas também gente a dizer-se não-alinhada,
equidistante, que se entretém a tecer considerações sobre os “alinhados” com a
Palestina − em geral gente apalermada,
incapaz de pensar, de seleccionar informação ou de decidir por si, segundo os
seus doutos critérios.
O ruído
provocado pelos primeiros não ajuda à ponderação, é certo, e também em nada
ajuda a Palestina.
Aos segundos,
fleumáticos sempre dispostos a insultar a inteligência dos outros, começo a dedicar
muito desinteresse e pouca consideração; a estes, acabo por preferir um
terceiro tipo − os assumidamente pró-Israel, opção que me parece mais limpa e
corajosa. Mas o ruído de todos é infernal.
Quanto ao conflito,
esse já acredito que perdurará para além de mim, com cortejos de horrores que doem cada vez mais.
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