Ontem vi
Kiev em brasa, mas também a Bósnia e a Venezuela sobre brasas, como antes o
Brasil, a Turquia ou a Tailândia, locais onde as pessoas parecem determinadas a
inverter o curso dos acontecimentos que lhes querem impor.
Inconformadas
estão, aquelas gentes.
Enquanto
ontem em Kiev se morreu e se atearam fogos, por cá esteve sol.
Deu nas
televisões, e gostei muito de ver, o centrão todo à volta do Vítor Gaspar. Este
fez um discurso bonito, em que, por acaso, disse o contrário do que disse no
último, mas não faz mal porque o último também era muito bonito.
O Vitorino
falou bem, e a Avilez estava cheia de charme a agitar a melena.
Assim,
ontem, fazendo o balanço do dia antes de adormecer, verifiquei que só uma
coisita me aborreceu – a notícia do Público, segundo a qual, Joana
Vasconcelos “está sem tempo para
intervenção nas comemorações do 25 de Abril”.
Ora, isto
sim, é uma grande contrariedade.
É que precisávamos
mesmo da mais rebelde (!!!) artista deste
tempo para nos ajudar a comemorar aquele único momento da nossa história
recente em que todos (ou quase) fomos realmente rebeldes – há 40 anos houve um
dia em que nos mandaram ficar em casa e fomos logo todos para a rua.
Depois desse
dia de loucura, graças a Deus, sossegámos.
Definitivamente,
Kiev não mora aqui. Nem Caracas. Nem São Paulo.
Quanto a Kiev não morar aqui, ainda bem (embora considerando o bom efeito literário do manifesto!)!
ResponderEliminarQuanto a sair para a rua, deixe passar a chuva - que o 25 de Abril não por acaso, foi também na primavera.
(isso de ocupações de praças com 30 negativos, são excessos de cossacos)
Quanto à sua primeira afirmação, sim!
EliminarQuanto à segunda, definitivamente, não acredito. E posso argumentar. Mas fico-me por aqui parodiando o anúncio a uma banco, que oiço na rádio - falamos no pós-25 de Abril?