Desde que
percebi que ninguém ia parar este governo, legitimamente eleito com base num
chorrilho de mentiras, e que já era impossível salvar o que eu pensava que
devia mesmo ser salvo, passei a defender o que antes abominava – o velho quanto pior, melhor!
É bom mesmo
que tudo apodreça o mais depressa possível, porque quando já não se aguentar o
fedor alguma coisa vai ter que acontecer.
Este último
caso de “seu Jorge” tem dado uma boa ajuda. Primeiro “seu Jorge” negou, depois
não se lembrou, finalmente lembrou mas disse que fumou mas não inalou, depois o
Lomba disse que ia investigá-lo até ao fim do dia (vergonha, chiça), depois o
dia todo não chegou, depois veio a madrugada e os documentos forjados, depois
lá pelas onze da manhã “seu Jorge” demite-se “de consciência limpa” e farto de
injustiças no tratamento. Diz, em comunicado, que a sua “disponibilidade para
servir o país sempre foi total” e a gente acredita, porque percebemos que tanto
lhe quis vender swaps tóxicos como
lhe quis guardar o tesouro.
O homem faz
qualquer coisa pelo país, mas como o país é ingrato, “seu Jorge” lá vai agora
de requitó para o Citibank, para a Parpública ou para o raio que o parta, e a
Albuquerque, que também não mente, Deus a livre, mas fica com o pescoço
encarnado de raiva, terá que arranjar outro patriota para guardião do tesouro.
Deve ser
isto a podridão da política de que falava o Machete, que está, aceleradamente,
a tomar conta de todo o espaço vital da sociedade.
Como já
disse, acho isso bom, porque quando já não se aguentar o cheiro vai ter que se
limpar a casa.
Acontece
que, depois de dois anos nisto acho que o país inteiro está viciado em” casos” e
podridão.
Ainda estará
disponível para tentar viver limpo? Pergunto-me.
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