De espiões e
espionagem? Da Grã-Bretanha dos anos 1970? De amor, sexo, traição e ciúme? De literatura
e escritores? De si mesmo?
É com todos
esses temas que McEwan, como lhe é habitual, e com fleumática mestria, constrói
uma narrativa que suga o leitor para dentro dela soltando-o apenas na última
página.
Se Mel tem
muito de autobiográfico como se afirma, não sei, mas creio que quase só pode
interessar uma geração mais velha, que tenha referências suficientes para se
lembrar do IRA Provisório, da semana de três dias, da crise do petróleo, das
greves dos mineiros britânicos, dos terrores da guerra fria, da ressaca dos sixty e de todo um caldo de cultura que
conduziu Margaret Thatcher ao poder e lá a manteve mais de dez anos. Em resumo,
a geração a que pertence o autor.
Ironicamente,
os medos vividos neste período, desconhecidos dos leitores mais jovens, são, em
grande medida, os mesmos que nos assaltam hoje –instabilidade política com
políticos fracos, crise social, terrorismo ou o medo dele, extremismo
político, greves.
Quem tenha
memória não se arrependerá de ler este livro.
Tampouco se
arrependerá quem, não a tendo, seja apenas amante de boa ficção.Ed: Gradiva
Então aqui vai mais uma para a minha lista, que já vai longa.:)
ResponderEliminarUm grande beijinho