É assim como
uma enorme trovoada, daquelas que chegam quase sem aviso, enegrecem o céu e produzem
enxurradas capazes duma enorme devastação.
O Eurogrupo,
(que é como quem diz, Merkel, o seu ministro das finanças e alguns países/boys),
resolveu tratar Chipre à estalada, mas com humilhação pública. Não era costume.
O costume era fazer como tem sido feito connosco: na ferida vai-se deitando sal
e vinagre, um pouco todos os dias. O doente geme, a ferida vai gangrenando, mas
não há escândalos públicos, é tudo em família.
Desta vez,
em relação a Chipre, devem ter fumado umas ganzas pela noite fora, decidiram
resolver o assunto à chapada mas, no meio da
trip esqueceram-se de duas coisas importantes.
A primeira é
que os cipriotas podiam ter alguma coisa a dizer sobre a sua vida, mas isso já
é habitual neles; mais grave é que se esqueceram que do outro lado da cerca
está uma vizinha, chamada Rússia, que gosta de soltar os cães
Agora está
tudo à nora.
O metro e
meio de Medvedev já chama burros aos europeus nas bochechas do Barroso
(felizmente este é homem de grande estômago e tudo engole desde que o deixem
ficar onde está), o BCE avisa que ou cipriotas fazem como lhes mandam ou fecha
a torneira na segunda-feira, os ministros das Finanças reúnem de urgência por
teleconferência, e a democracia na Europa está cada vez mais semelhante a uma
batata.
Parece que
toda a gente está a medir forças com toda a gente. Voltaremos à Guerra Fria?
Estou tentada a desejar que sim: é que temo que “isto” aqueça.
Antes fria.
Chiça!
Mais quente do que já está, espero que não sobre para nós.
ResponderEliminarGrande Europa, esta, amiga!
beijinhos inquietos (por cá, temos o (c)rato a preparar-se para nos rebaixar mais.)