Porém, quando a revolta com a magnitude das injustiças toma
conta deste pedaço que sou eu, também sou capaz de resvalar para a demagogia e
populismo.
Logo, eu pecadora me confesso.
Vem isto a propósito da conclusão do Conselho Nacional de
Ética para as Ciências da Vida que defende que o Ministério da Saúde pode e
deve limitar o acesso aos medicamentos mais caros para tratar doenças como o
cancro ou a sida.
Diz o médico Miguel Oliveira da Silva, presidente do dito
Conselho : "não só é legítimo como,
mais do que isso, desejável. Vivemos numa sociedade em que, independentemente das
restrições orçamentais, não é possível, em termos de cuidados de saúde, todos
terem acesso a tudo" (notícia aqui).
Sabemos, de experiência feita, que para os 21 elementos
deste órgão e seus familiares, nunca haverá desperdícios. Quanto ao resto da
escumalha, eles decidirão caso a caso quem deve viver e quem deve morrer.
Apetece-me gritar: valha-me nossa senhora que estamos
entregues a um bando de bestas que diz tudo o que lhe vem à cabeça, mas, ao evocar a santa, logo me ocorreu
perguntar o que pensará disto, por exemplo, monsenhor Feytor Pinto, Coordenador
Nacional da Pastoral da Saúde, e que ainda na quarta-feira vi entrar na sede do
Movimento de Defesa da Vida, ali na Rua da Beneficência, saído dum belo Audi
prateado, com motorista e vestido por Rosa e Teixeira ou aparentado; o
cabeleireiro não sei quem será mas posso assegurar que o corte era excelente.
Lá ia ele, todo lampeiro, defender a vida.
Desperdícios, são muitíssimos, sim, mas é com as mordomias
deles todos.
Pata que os pôs, que até me fazem ser populista e demagoga.
PS: parece que a pilha da indignação já está quase carregada,
e ainda bem.
Preciso da carga toda para amanhã.
Arrepiei-me quando li a notícia!:(((
ResponderEliminarbji, querida amiga, e grite por mim, amanhã.
(Diogo comigo e doente, as saídas serão por ele, se melhorar qualquer coisinha)
Conselho Nacional de Ética é uma piada de mau gosto...
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