Lendo o texto
do convite, aqui transcrito, parece uma exposição que tem tudo a ver com os
tempos actuais.
Texto do
convite
A ideia de
tensão faz parte do conjunto de interesses que tem dominado as preocupações
artísticas de Renato Ferrão (Vila Nova de Famalicão, 1975). Uma parte
significativa das obras que apresentou nos últimos anos explorava aquele
fenómeno através de instalações nas quais objetos quotidianos eram suspensos
por intermédio de cabos extensores, por vezes mesmo, de simples elásticos,
criando um jogo de dinâmicas que desafiava as leis da física e reagia às
características arquitetónicas das salas de exposição. Extrapolando o seu
resultado visual, estas explorações concorriam num efeito que confrontava o
corpo do espectador na forma de uma ameaça iminente: se, por um lado, a rutura
daqueles objetos parecia ser um dado a comprovar a qualquer momento, por outro,
a sua confirmação comportava um risco evidente para a integridade de todo o
espectador apanhado na trajetória daquela anunciada desagregação.
O projeto que Renato Ferrão traz ao Chiado 8 amplia significativamente os processos que tem desenvolvido nesta área, juntando-lhes outros dois dos seus interesses diletos: a mecânica interna dos objetos funcionais e a qualidade da luz como a mais abstrata e a menos tangível das matérias artísticas. Partindo de objetos compósitos formados pela associação de componentes avulsos, esta exposição coloca o espectador no centro de um universo onde a destabilização dos primados escultóricos e a velada sugestão cinética oferecem vislumbres claros da violência que se insinua por entre toda a tensão.
Renato Ferrão é licenciado em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes do Porto, cidade onde vive e trabalha e onde cofundou o Salão Olímpico – espaço independente gerido e programado por artistas entre 2003 e 2006. Das suas exposições individuais, destaque para Longa Duração, mad woman in the attic, Porto (2006), A C ack of ence, A Certain Lack of Coherence, Porto (2008), Episódio 2: Senhor fantasma vamos falar, Emissores Reunidos – Fundação de Serralves, Porto (2009) e Vida Material, Galeria Quadrado Azul, Porto (2010). Em 2010 foi-lhe atribuído o prémio de Artes Plásticas União Latina.
O projeto que Renato Ferrão traz ao Chiado 8 amplia significativamente os processos que tem desenvolvido nesta área, juntando-lhes outros dois dos seus interesses diletos: a mecânica interna dos objetos funcionais e a qualidade da luz como a mais abstrata e a menos tangível das matérias artísticas. Partindo de objetos compósitos formados pela associação de componentes avulsos, esta exposição coloca o espectador no centro de um universo onde a destabilização dos primados escultóricos e a velada sugestão cinética oferecem vislumbres claros da violência que se insinua por entre toda a tensão.
Renato Ferrão é licenciado em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes do Porto, cidade onde vive e trabalha e onde cofundou o Salão Olímpico – espaço independente gerido e programado por artistas entre 2003 e 2006. Das suas exposições individuais, destaque para Longa Duração, mad woman in the attic, Porto (2006), A C ack of ence, A Certain Lack of Coherence, Porto (2008), Episódio 2: Senhor fantasma vamos falar, Emissores Reunidos – Fundação de Serralves, Porto (2009) e Vida Material, Galeria Quadrado Azul, Porto (2010). Em 2010 foi-lhe atribuído o prémio de Artes Plásticas União Latina.
Texto e curadoria de Bruno
Marchand
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