Sei que a escrita já mudou muitas vezes e ainda mudará muitas mais mas, sinceramente, não vejo a utilidade deste acordo que serve, supostamente, para aproximar as escritas de Portugal e Brasil quando, de facto, o que nos separa, e dificulta o entendimento, é o léxico, e muitas vezes a sintaxe e a morfologia. (Daí os brasileiros já legendarem os filmes portugueses).
No que toca à ortografia em si, também não se percebe que raio de “unificação” é esta que permite milhares de grafias diferentes entre a variante europeia e a brasileira.
Tendo resistido, até aqui, ao uso da nova grafia, parece que não terei outro remédio senão adoptá-la (ou adotá-la), porque é oficial – em Janeiro (ou janeiro) entregaremos o ouro ao bandido (entenda-se aqui ouro como a língua portuguesa e bandido o negociador medíocre).
Trata-se, portanto, de encerrar o ciclo da resistência, o que talvez até nem seja mau de todo; talvez seja sensato que se guardem as forças de “resistência” para a outras coisas bem mais importantes e urgentes que um apalermado Acordo Ortográfico.
Nota: No Portal da Língua portuguesa encontra-se o Vocabulário da Mudança, que pode ser útil a todos no início deste tempo em que teremos que aprender a escrever, de novo.
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