De cada vez que Cavaco discursa eu sinto-me de volta à infância e ao sabor do óleo de fígado de bacalhau.
Ontem falou do regresso à agricultura, esquecendo demagogicamente que foi ele que a vendeu à Europa por dez simples moeda, e louvou a frugalidade e espírito de sacrifício do interior.
Quando eu era menina já ouvia estas coisas vindas de outra garganta e desconfio que, para ajudar a pagar o empréstimo externo, ainda havemos de o ver a criar galinhas nos jardins do palácio, como fazia o dono da outra garganta.
Porque hoje é sábado, mais possíveis e desagradáveis semelhanças não descascarei.
Mas elas existem.
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