Passos Coelho é como o rapaz que não gosta de jogar à bola. Nos debates apareceu sempre como quem fez os deveres da escola bem feitinhos e a seguir foi jogar damas, deixando o resto do grupo a dizer disparates, porque os seus próprios disparates só diz quando acha oportuno - afinal ele é o chefe. O seu grupo não estava contente e, no último jogo, esforçou-se, fez fintas e marcou golos. O grupo, então, gostou mas, para que ficasse claro que não lhe apetece jogar e ser capitão de equipa, logo no dia seguinte veio dizer aos portugueses que não podia haver tantos feriados e que as medidas de austeridade, se calhar, não eram suficientes.
Ora, Passos Coelho está na política desde a pré-primária e sabe que há coisas que não podem ser ditas em plena campanha eleitoral.
Não se trata de faltar à verdade, trata-se tão só de saber quanta verdade se pode dizer e quanta verdade os outros podem aguentar sem se enfurecerem. Ele parece não querer ser o capitão da equipa, nem querer jogar à bola; dá a impressão que só lhe apetece mostrar que é capaz de ser o chefe do grupo
Pode ser que o empurrem e se veja forçado a jogar, mas lá que ele está a fazer todos os possíveis para que isso não lhe aconteça, lá isso está.
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