No Expresso de 16/04/2011 dedica a sua crónica à ignomínia que grassa na internet, nomeadamente com um texto que lhe é falsamente atribuído, em que se dedicaria a demolir o seu amigo Mário Soares e que a Google argumenta não poder retirar, a não ser com ordem do tribunal.
Por acaso, tal texto nunca chegou até mim mas, quem é leitor de CFA certamente perceberá que uma coisa dessas só pode ser uma fraude.
É certo que há muitas coisas desagradáveis na internet. As caixas de comentários de jornais e blogues são, frequentemente, verdadeiros caixotes do lixo onde os malformados despejam os seus ódios, frustrações, invejas e má-criação.
Contudo, como é sabido, o bem e o mal coexistem em tudo na vida e, se a internet pode ter muitas faces desagradáveis, ela é também, e simultaneamente, um espaço de liberdade democrática como nunca antes se tinha conhecido.
Se é aberta a tudo e a todos, é também recetáculo do melhor e do pior que a humanidade contém, ou seja, se ela pode conter tudo o que há de pior nos humanos também é, e é-o muitas vezes, um espaço de criatividade e solidariedade do melhor que somos capazes de fazer.
CFA está zangada e com razão, mas parece que se esqueceu da parte boa da internet, parte que ela certamente a usa com proveito.
Nem tudo na internet é mau, nem tudo na internet é bom mas, pessoalmente, estou convencida de que os benefícios são bem maiores que os malefícios.
Podemos sempre voltar à velha discussão – deve, ou não a internet ser regulamentada.
Entretanto verifica-se que somos todos iguais: quando estamos zangados até o mais perspicaz fica um bocadinho vesgo.
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