No caderno de Economia do Expresso de 26 de Março, há duas notícias que ainda não percebi se se complementam ou se contradizem.
Nicolau Santos dedica uma coluna ao “Maravilhoso Mundo da Distribuição” onde se pode ler.
“ Os dois maiores distribuidores (Continente e Pingo Doce) representam mais de 50% do mercado de distribuição, mais do que a soma dos sete seguintes, uma estrutura que não existe em mais nenhum país da União Europeia. Em Espanha, por exemplo, Mercadona e El Corte Inglês têm quotas inferiores a 13%.”
Resultam daqui contratos leoninos com os fornecedores – “um contrato entre as duas partes tem 28 obrigações para os fornecedores (e respetivas penalizações) e apenas 3 para a distribuição; e nos direitos, 12 para a distribuição e 3 para os fornecedores”.
Acresce que, ao criarem as suas próprias marcas, os distribuidores vendem o mesmo produto mais barato, em concorrência desleal com o seu próprio fornecedor que, assim, se vê obrigado a tudo aceitar para escoar o produto.
Umas páginas mais à frente, leio: “Sonae entra no Ranking da Ética “tendo sido distinguida pelo americano Ethisphere Institute pelas suas “práticas de negócios transparentes e iniciativas em benefício da comunidade.”
Ora, sabemos como a transparência para os americanos pode ser, aos nossos olhos, tanto absolutamente cristalina como revestida duma certa opacidade.
Dou de barato que as práticas da Sonae são transparentes mas…serão justas? Serão redistribuidoras da riqueza?
Monopólio (ou quase), é monopólio. Sempre foi como o eucalipto – seca tudo à sua volta.
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