Não gosto dele. Nunca gostei. Nem como ministro das Finanças, nem como Primeiro-Ministro, nem como Presidente da República.
Sempre achei que ele representa a nossa parte mais provinciana, calculista e retrógrada.
Os seus tabus dão-me arrepios na espinha, a sua prudência com as palavras soa-me a falta de alma e ideias, o seu ar paternal faz-me virar adolescente desbocada.
Quando o vi levar um ralhete sem resposta do execrável presidente checo, tive vergonha.
Quando o vi de braço dado com Jardim, que lhe chamava sr. Silva, senti repulsa.
Ele está “entre nós” há mais de 20 anos, sempre a querer dizer-nos que não é político e que até está acima dessas “porcarias” que dão pelo nome de Política.
Também foi ele o pai do “monstro” que, anos mais tarde, veio denunciar, qual virgem ofendida.
Tem dito, repetidas vezes, que a despesa do Estado tem que baixar e que gastamos acima das nossas possibilidades. Seria de esperar que, com tais preocupações e com hábitos de pobre professor casado com pobre professora de mísera reforma, tomasse muito cuidadinho com os gastos da sua Presidência.
Ao que parece, será poupado lá em casa mas, com o dinheiro do Estado faz como todos os outros – é fartar, vilanagem.
Segundo o DN tem 500 pessoas a trabalhar para si e “para o primeiro ano deste segundo mandato de Cavaco Silva estão disponíveis 16 milhões de euros. Em 1976, havia apenas 99 mil euros para gastar. Mesmo sem contar com a inflação, em democracia, as despesas de Belém têm subido 18% por ano.”
As despesas crescem 18% ao ano, mesmo quando os ordenados dos funcionários públicos descem e, a bem ou a mal, (quase) todos os portugueses apertam o cinto.
Não sou miserabilista e gosto que o Estado democrático seja dignamente representado, com tudo o que for necessário para que tal aconteça mas, 500 pessoas? 16 milhões neste ano da desgraça? Mais um PURO, digo eu.
Contudo, quer eu goste, quer não goste, ele vai ser o meu presidente durante os próximos 5 anos.
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