Le Clézio ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 2008 e este livro foi publicado apenas uns dias antes do anúncio do galardão.
Li críticas que o classificavam como mais uma obra-prima, escritas por pessoas que muito sabem de literatura. Quem sou eu para as contrariar?
Pretendendo traçar um quadro da França, antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial, período em que a heroína Ethel também passa de criança a adolescente e depois a jovem adulta, no meu entender Le Clézio acaba apenas por homenagear a vida da própria mãe. Homenagem bela e singela mas longe dum grande romance.
A Frente Popular, o anti-semitismo, o anti-comunismo, o colaboracionismo francês, a deportação dos judeus, tudo é apenas aflorado. As personagens têm pouca espessura e mesmo o amor de Ethel pelo inglês Lucien Feld não se percebe muito bem se é amor ou apenas uma necessidade de criar laços numa família desestruturada e num país em guerra.
Fiquei desiludida, mas deve ser defeito meu.
A Música da Fome
Le Clézio
Ed. D. Quixote, 2009
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