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sexta-feira, junho 14, 2013

Tudo isto existe

Pode passar meio século sobre um grupo de pessoas que nada nele muda.

E o grupo não muda porque as pessoas individualmente não mudam.

As condições de vida podem variar um pouco, mas a circunstância em que nascemos e crescemos nos nossos primeiros anos fica-nos para sempre colada à pele.

Pode-se crescer e mudar emocional e intelectualmente, mas a essência de cada um permanece.

Assim, tensões, cumplicidades, dissimulações, e, o mais espantoso, a luta de classes, continuam, sem que os elementos do grupo disso se apercebam (a maioria nunca se apercebeu, aliás).

Contudo, o que era divertido e normal aos 15 anos pode ser deplorável aos 60.

Passados 50 anos, olhar um grupo que a juventude juntou aleatoriamente é o mesmo que olhar um país inteiro, que, vivendo um momento particularmente difícil da sua história, se divide entre os que fazem de conta que nada se passa, assobiam para o lado e alimentam a portuguesíssima saudade, e uns quantos que esperneiam querendo agitar uma paz podre que, se umas vezes é de cemitério, outras é de jardim-de-infância à hora da sesta.
Vencem os primeiros, por serem largamente maioritários.

Sei que tudo isto existe, acho triste, só não sei se é fado.