quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Kiev não mora aqui













 
 
 
 
 
 
Ontem vi Kiev em brasa, mas também a Bósnia e a Venezuela sobre brasas, como antes o Brasil, a Turquia ou a Tailândia, locais onde as pessoas parecem determinadas a inverter o curso dos acontecimentos que lhes querem impor.

Inconformadas estão, aquelas gentes.

Enquanto ontem em Kiev se morreu e se atearam fogos, por cá esteve sol.

Deu nas televisões, e gostei muito de ver, o centrão todo à volta do Vítor Gaspar. Este fez um discurso bonito, em que, por acaso, disse o contrário do que disse no último, mas não faz mal porque o último também era muito bonito.

O Vitorino falou bem, e a Avilez estava cheia de charme a agitar a melena.

Assim, ontem, fazendo o balanço do dia antes de adormecer, verifiquei que só uma coisita me aborreceu – a notícia do Público, segundo a qual, Joana Vasconcelos “está sem tempo para intervenção nas comemorações do 25 de Abril”.

Ora, isto sim, é uma grande contrariedade.

É que precisávamos mesmo da mais rebelde (!!!) artista deste tempo para nos ajudar a comemorar aquele único momento da nossa história recente em que todos (ou quase) fomos realmente rebeldes – há 40 anos houve um dia em que nos mandaram ficar em casa e fomos logo todos para a rua.

Depois desse dia de loucura, graças a Deus, sossegámos.
Definitivamente, Kiev não mora aqui. Nem Caracas. Nem São Paulo.

2 comentários:

  1. Quanto a Kiev não morar aqui, ainda bem (embora considerando o bom efeito literário do manifesto!)!
    Quanto a sair para a rua, deixe passar a chuva - que o 25 de Abril não por acaso, foi também na primavera.
    (isso de ocupações de praças com 30 negativos, são excessos de cossacos)

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    1. Quanto à sua primeira afirmação, sim!
      Quanto à segunda, definitivamente, não acredito. E posso argumentar. Mas fico-me por aqui parodiando o anúncio a uma banco, que oiço na rádio - falamos no pós-25 de Abril?

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