quarta-feira, agosto 01, 2012

Turistas

O turismo é um desporto global, e os seus praticantes estão por todo o mundo – novos e velhos, bem ou mal vestidos, limpos ou sujos, pobres ou ricos, de ténis ou sandálias, nunca serão confundidos com não-turistas novos e velhos, bem ou mal vestidos, limpos ou sujos, pobres ou ricos, de ténis ou sandálias porque há uma peça que todos, devotamente, carregam: a máquina fotográfica.

Das mais simples à mais sofisticadas, levadas na mão, no bolso, ao pescoço ou em malas e maletas de marca, com filtros, palas, ou lentes várias, exigindo saber técnico ou tão fáceis de usar como um selo de correio, elas são o verdadeiro traço distintivo, o indispensável adereço do turista contemporâneo.

O turista militante vê tudo pelo menos duas vezes – uma pelo seu olho, e outra pela lente da máquina.

Estou até firmemente convencida de que só quando ouve o disparo da sua máquina fotográfica ele relaxa, e se convence de que realmente VIU.

Uma coisa linda de se ver!

3 comentários:

  1. E a memória mais tarde interpreta. Momentos que não se fixam, apenas alimentam memórias contaminadas.
    Lembro-me sempre das conversas entre Nadar e Baudelaire.

    Bom tema o deste texto:)

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  2. Fez-me rir!
    Pertenço a essas militantes, mas julgo que ainda guardo o discernimento de olhar e captar depois (menos quando se trata do meu filho, quando quero captar momentos:))

    >Seja bem-vinda, outra vez!
    beijinhos

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  3. Além de mais, o moderno turista traz consigo um mapa (a maioria das vezes apenas mental), onde risca os lugares onde já esteve. Ao turista moderno interessa, mais que ver, ter estado: «estive aqui» assinala, às vezes no tampo das mesas...

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