sexta-feira, fevereiro 25, 2011

A piada das secretas


Ouvi José Sócrates responder, quando perguntado sobre as nossas relações com Kadhafi e companhia, que eram relações de Estado e que o governo, há tempo, tinha decidido voltar-se para os países do Magrebe.
Presumo que tomou como certa a continuação dos ditadores nos seus postos, provavelmente com base em informações mais ou menos secretas como aquelas de que o Público dava conta, num artigo da sua edição de 25 de Fevereiro.
No referido artigo, transcrevem-se excertos dum documento “confidencial” de 20 de Janeiro, elaborado com base em informações do adido de defesa da embaixada portuguesa em Rabat e dos serviços de informação dum país aliado.
O Cismil (Centro de Informações e Segurança Militar) elaborou um relatório sobre a situação no Norte de África e Egipto em que podemos observar a agudeza das observações e perspicácia de quem o elaborou. São ditas coisas como:
A revolta na Tunísia iria “ afectar marginalmente a situação noutros países do Norte de África, sendo improvável que situações semelhantes ocorram a curto prazo” ou “ o povo líbio parece não sentir um mal-estar por viver em ditadura”. Noutro relatório, de 31 de Janeiro, os protestos no Egipto eram “algumas tentativas oportunistas de imitar o levantamento tunisino”.
Parece que estes relatórios tomam como fontes os jornais e a internet.
Conclusões:
 - Para que teremos adidos militares nestes países? É que para ler jornais e internet não faltam assessores ao governo.
 - Quem tem secretas assim pode dormir descansado.
 - Se o ridículo matasse, já não havia adidos militares portugueses.

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