Sem negar a
relevância da informação exposta, sempre me pareceu que ela tinha sido obtida
como quem espreita o vizinho pelo buraquinho na parede.
Se calhar,
até hoje ainda não percebi nada, visto que, até hoje, continuo a achar a
mesmíssima coisa.
Ora, essa
mesmíssima coisa não aconteceu quando este fim de semana, através do Expresso, tomei conhecimento da existência
duma organização de jornalistas que dá pelo nome de International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ).
Com sede em
Washington, congrega 160 jornalistas de 60 países e está a fazer um importante
trabalho sobre offshores, seus
criadores e utilizadores.
Esta
organização dedica-se ao sector (talvez) mais nobre do jornalismo − o
jornalismo de investigação, cada vez mais escasso nos meios de comunicação
social de todo o mundo.
Rui Araújo,
jornalista português pertencente ao ICIJ desde o seu início, afirma no Expresso – “sem jornalismo não há
democracia”, e eu acho que sem jornalismo de investigação ela fica pobrezita e periclitante.
Provavelmente,
esta escassez de jornalismo de investigação tem que ver com o seu elevado custo
face ao baixo interesse do chamado “público”, que, na sua imensa maioria, e cada
vez mais, se está borrifando para a investigação e a informação séria e rigorosa.
Sei muito
bem que o que estou para aqui a escrever também não interessa nada ao estimado “público”; por isso este post serve apenas para dizer que gostei
muito de tomar conhecimento da existência do International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ), e que,
às vezes, gosto mesmo de ainda gastar dinheiro a comprar jornais.
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