Eu sou fã de
Clara Ferreira Alves.
Ela tem lá
os seus defeitos, que serão muitos, certamente, e eu tenho os meus, que não
serão menos.Mas ela sabe escrever. E sabe pensar.
Porém, nas
últimas semanas tem-me deixado preocupada.
Há quinze
dias escreveu sobre “O tal 1%” que é dono do mundo, sendo que o próprio mundo o
não conhece.
Quando
cheguei ao fim da página, achei que a única coisa sensata a fazer era ir à
cozinha cortar os pulsos com a faca do pão.
Se o quadro
é deveras negro, a CFA pintou-o de luto carregado, qual viúva disposta a nunca
mais “refazer a sua vida”; sem futuro, portanto. Tudo morto.
Já de faca
na mão, lembrei-me que o futuro não é meu, nem dela – é das gerações mais novas,
e serão elas a escolher o rosto do tempo por vir. Acabei por não cortar os pulsos, como é público e notório.
Esta semana,
a cronista resolve entoar loas ao casal Eanes.
É lá com
ela, se lhe apetece entrar no coro dos que já acham que fazer os mínimos é o
mesmo que ganhar a medalha de ouro (falo dessa coisa simples que é continuar a
ser honesto mesmo estando na política).
O incompreensível
nesta crónica, é que a Clara, duma penada, e à boa maneira estalinista − que
não lhe assenta nada bem, apaga do currículo do general a criação, e o seu
total envolvimento, com PRD (Partido Renovador Democrático).
É certo que
ele pouco deu a cara pelo partido, mas, por acaso, isso foi bonito? Ou
meritório? Ou deve ser esquecido?
Perguntas
que não interessam a ninguém.
Nem à Clara Ferreira
Alves, que até se costumava interessar.
Eu, que sou muito mau, pensei logo - haverá aí algum lugar numa fundação, numa representação, numa dessas coisas em que a notável Clara é especialista ...?
ResponderEliminarXiiii, Jarra, mesmo mau!!!!!!!!!
EliminarTambém gosto de a ler e achei estranho o elogio ao Eanes, parece não combinar nada com outras coisas que tem dito e escrito, enfim...
ResponderEliminar~CC~
Acho que a estranheza é já o nosso estado normal, CCF
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