Dantes, os
portugueses tinham imenso medo dos juízos morais dos vizinhos.
Agora, que
ninguém conhece os vizinhos, passámos a ter imenso medo dos juízos dos de “lá
fora”.
É muito
triste ver esse medo a vergar a espinha daqueles que deviam ser exemplo de
espírito independente: os intelectuais.
Atentemos no
que escreveu Vasco Graça Moura a propósito de declarações (infelizes) de Mário
Soares e choremos, irmãos.
“Em
plena democracia, um ex-presidente da República de Portugal não pode dizer
coisas dessas. Já se imaginou como isso turvará o seu prestígio dentro e fora
do país? E tratando-se de quem se trata, como nos atinge a todos? Não faltará
quem se pergunte por essa Europa fora (e, claro, entre as instituições
mandantes da troika e dos credores), que raio de democracia é a portuguesa,
cujo primeiro ex-presidente socialista profere tais enormidades?”
Submissão e
parolice de meter dó.
Infelizmente
não é o único intelectual que ainda por aí com o nariz quase a bater no chão.
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