Eu, em abstrusa fase de increia com fé, preferi pensar que
senhor estava com pressa de dizer várias coisas à alemã, como por exemplo: que
o eixo franco-alemão é importante mas que a capital da Europa é Bruxelas e não
Berlim, que precisamos de mais democracia interna e que esta história de serem
só dois a mandar está a deixar alguns povos europeus exasperados, que é preciso
defender a Grécia “custe o que custar” antes que a Europa comece a apodrecer
das bordas para o centro, que isto de castigar os que estão na mó de baixo já deu
mau resultado se ela bem se lembra de Versalhes (será que estudou isso?), que
precisamos de repor o modelo europeu e não importar o chinês etc. e, assim, decidi
acreditar que ele não ia apenas ao beija-mão.
De facto, não sabemos o que se passou entre eles, mas
imagino que tenham sido dois animais, com polimento civilizacional, a
medirem-se um ao outro, dado que não se conheciam.
Sabemos que a Merkel é um touro (evito aqui o feminino por
decoro) mas ainda não sabemos que animal será Hollande.
Contudo, no Público
de ontem, cita-se uma jornalista francesa que escreveu:
“…Hollande parece-se como esses gatos (espertos e indecifráveis) que teimam em vir enroscar-se nos sofás
proibidos. Impõe a sua vontade à força de insistência, de sorrisos e de
obstinação.”
Que a assim seja, desde que a sua vontade seja uma boa vontade e ele não perca
demasiado tempo com salamaleques; é que o touro, se puder, não perderá a oportunidade
de lhe dar uma valente cornada.
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