sexta-feira, novembro 04, 2011

Inveja

Estamos sempre a ouvir dizer que a inveja é um defeito nacional. Não discordo, só não tenho a certeza se será uma especialidade lusa ou se deverá antes caber naquela vasta gama de “coisas” que dá pelo nome de “Património da Humanidade”.

Sem dúvida que sempre achamos que “o ovo da galinha da vizinha é melhor que o da minha”; além disso, desdenhar de quem se evidencia por boas razões, achar que “lá fora” está o melhor dos mundos, não atribuir mérito ao compatriota antes de ele ganhar reconhecimento “lá fora”, puxar para baixo quem tenta subir, são desportos muito apreciados “cá dentro”

Não sei se “lá fora” não se passará exactamente o mesmo, ainda que sujeito a cambiantes geográficas ou climatéricas, mas tenho a certeza de que, se formos perguntar aos portugueses, todos nos dirão que não são invejosos (ou racistas).

Eu cá sou portuguesa, logo, não sou invejosa (nem racista) e juro que não é a inveja que me move quando pasmo com os ordenados que pago a fulanos que acho medianos a atirar para o mauzinho e que, me parece, não valem tanto. Ou, se calhar, até valem, porque isto de fazer figura de tonto durante horas deve ser muito cansativo.

Eis os exemplos de vencimentos de fazer inveja, que causaram o meu mais recente pasmo:

Fátima Campos Ferreira (10 mil euros mensais), Catarina Furtado (30 mil euros), Fernando Mendes (20 mil euros), José Carlos Malato (20 mil euros), Maria Elisa (7 mil euros), Jorge Gabriel (18 mil euros), Sónia Araújo (14 mil euros), João Baião (15 mil euros), Tânia Ribas de Oliveira (10 mil euros) ou Sílvia Alberto (15 mil euros).

Bom, fica-nos o conforto (sem inveja) de saber que, ao menos eles, certamente não vivem acima das suas possibilidades.

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