terça-feira, setembro 27, 2011

Fazer mais com menos? Chamem a turma do Harry Potter

Na revista Única do Expresso de 24 de Setembro, Luciana Leiderfarb escreve um longo artigo dedicado à cultura, a que chamou “Será este o outono das artes?”
Transcrevo parte do último parágrafo porque o subscrevo:


“…a conversa de mau taxista, nas palavras de António Pinto Ribeiro, chegou à boca dos governantes. Para este ensaísta e programador, é o momento de a comunidade artística apresentar propostas concretas. O momento de se começar a reconhecer cabalmente que a “marca” Portugal vende mal ou não vende em muitos domínios “excepto no da cultura, dos criadores, escritores e cientistas”. Sabe o contribuinte que a sua comparticipação anual para a cultura, em termos de impostos directos, ronda os três euros por mês? E que a economia da cultura é hoje das mais rentáveis e mais capazes de gerar trabalho?”, questiona Pinto Ribeiro. Tudo mudaria, é claro, se quem detém o poder consumisse cultura como uma prática normal. Haveria então a percepção de que, sem a intervenção do Estado, o tecido artístico do país “não sobreviverá, como não sobreviveria em França, na Alemanha ou no Brasil. Como a agricultura, as pescas ou o comércio não subsistem sem políticas económicas de investimento…”

“Fazer mais com menos”, eis a grande divisa dos nossos governantes. Será que alguém acredita nisso quando o menos já é tão menos que até a troika achou que não se podia cortar nada na cultura e na ciência?
Parece que o FJ Viegas acredita, e como tem muitos amigos no meio todos se estão a fazer de cegos, surdos e mudos. Eu não acredito nem na divisa nem no Viegas. Mas decidi dar o benefício da dúvida mais um tempo, esperando estar redondamente enganada.
Pelo sim, pelo não, se é para fazer magia o governo devia chamar o Harry Potter a ver se ele conseguia fazer mais... de quase nada.

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