segunda-feira, março 14, 2011

Realidade surreal

O cidadão precisa de tirar o passaporte e, para o efeito, dirige-se ao Governo Civil.
Leva consigo, e apresenta, um Cartão de Cidadão que tem a tenra idade de 7 meses.
No computador da funcionária aparecem os dados que constam no CC e é dito ao cidadão: verifique se os dados estão todos correctos para, de seguida, assinar um documento a dizer isso mesmo – que estão correctos.
O cidadão olha e diz: não estão correctos porque aqui ainda diz que eu sou solteiro e eu, entretanto, casei.
Diz a funcionária:
 - Isso não tem grande importância porque no passaporte não consta o estado civil.
 - Mas então a senhora quer que eu assine um documento a dizer que estão correctos dados que o não estão?
O assunto sai do balcão e passa às chefias. Vários telefonemas depois, inclusive para a Conservatória do Registo Civil do local de nascimento do cidadão, conclui-se que, na certidão de nascimento está averbado o casamento, mas que só é possível alterar os dados do CC…tirando um novo.
Sete meses depois, o cidadão volta ao local onde gastou várias horas do seu tempo produtivo para começar tudo de novo.
Não é Kafka nem Ionesco, é Simplex à portuguesa.

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