Quando eu era bem menina, havia na minha terra um grande café chamado Café Portugal. Parava por lá um sujeito, todo o dia e toda a noite sentado na mesma mesa, por quem o meu pai nutria uma óbvia antipatia. Um dia, mais crescidota, perguntei-lhe porque não gostava daquele senhor. Explicou-me que era um agiota, e explicou o que isso era, ou seja, que era um senhor que vivia de emprestar dinheiro a quem tinha dificuldades com juros usurários (também explicou o que isso era).
Ontem, quando percebi que taxa de juro vamos ter de pagar à Europa pelo EMPRÉSTIMO que nos faz, percebi que também ela veio para se sentar à mesa do café Portugal.
Não se iluda. É muito mais barato do que qualquer investidor ou banco emprestaria a Portugal. Aliás, se for pedir dinheiro para comprar casa, não lhe pedem menos. O país habituou-se foi a juros à borla durante muito tempo, e infelizmente o resultado foi que gastou quanto pode. Infelizmente, ao contrário da Grécia e Irlanda, não gastou em melhores condições para o povo, gastou em 3ª autoestrada Porto-Lisboa, fundações para os amigos, obras para as empresas do regime e da maçonaria, tachos para a PT, etc. Mas enfim, o povo é soberano e parece que 35% quer continuar a gastar o que não tem para depois ter de pagar o que não pode.
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