Eu, que tenho da
velhice uma visão tenebrosa, às vezes dou comigo a pensar que nem
me importo de já não ser assim tão nova.
É que as aprendizagens e
adaptações que são agora pedidas aos mais novos, tornariam, no meu caso, qualquer interacção com outros numa espécie de caminhada
sobre pregos. E eu não estudei para faquir.
Vem isto a propósito
da nova linguagem que as questões de género, centrais nos nossos
dias, trouxeram acoplada nas suas costas (largas).
Para dar um exemplo:
vi no Twitter uma pessoa a pedir para ser chamada apenas de Jo e só
com uso de “pronomes neutros” (dixit).
Escreveu “eu
própri” e várias pessoas responderam ao pedido chamando-lhe linde
e queride.
Ora, eu não sei
falar isto. Nem vou aprender.
Ouvi dizer que, nas
universidades, se o professor não respeitar a escolha de género do
aluno, ou até, o que é pior, a sua não escolha (quando alguém diz
que o seu género é neutro, isto é, nem homem nem mulher), pode
muito facilmente ser admoestado ou mesmo corrido. Assim sendo, respeitar a escolha de género implica, por vezes, deixar de falar, com essa pessoa, o português corrente, e à mais pequena escorregadela está lixad@.
Fico tão
aparvalhada com estas coisas, sinto que já não sou daqui, e dou
comigo a pensar - oh cum cagarague, este é mesmo um tempo
de camandre.
Pardon my
french.