Os professores são presas assustadas, e os alunos são feras enraivecidas à solta.
A ver, para saber.
Visão - O Governo caíu em câmara lenta
Expresso - o Governo caíu em horário nobre
Euzinha - o governo caiu sem compostura.
O linguajar dos comunistas nas redes sociais, a propósito da inqualificável cena na Casa Branca entre Trump, Vance e Zelensky, é tão assuador que dou comigo, estarrecida a pensar.
- E eu que já os olhei com respeito...!!! Chiça!
Sentei-me. Abri o email.
A Fnac hoje dá 20% de desconto aos seus aderentes.
Fui ao site e procurei um livro muito, muito recente. Havia.
Escolhi "compra rápida" e entrega gratuita em casa.
Fui informada de que, se pagasse até à 16 horas receberia a encomenda ainda hoje entre as 18h e as 22h.
Escolhi pagar imediatamente com PayPal.
Em 5 minutos, recebi a informação, escolhi e paguei um livro, e vou recebê-lo daqui a pouco em casa.
Tudo sem levantar o rabo do sofá.
A próxima geração já nascerá sentada.
No dia em que, ao acordar, eu consiga não ouvir as notícias, serei feliz e estúpida.
Ou felizmente estúpida.
Ou estupidamente feliz.
Elegante, frágil, limpa, perfumada, airosa, leve - retrato da Europa no primeiro quarto de século do terceiro milénio, e tudo o que ela não precisava de ser agora, quando de todos lados nos soam botas da tropa e nos cheira a medo.
O Capuchinho Vermelho vai alegre pela floresta.
À coca estão, não um, mas dois lobos maus.
Uma história que já vimos e lemos em outros tempos e lugares – uma ama “doce” que acaba por matar as crianças que lhe foram confiadas.
A leitura vale a pena pelo ritmo narrativo que a autora impõe, e pelo domínio da escrita.
As personagens são bem desenhadas e nelas vivem muitos problemas do nosso tempo. Porém, Leila Slimani nunca cede à emoção fácil, à análise psicológica de pacotilha, à vitimização de uma ou à culpabilização de outros.
É a vida, simplesmente, mesmo nos seus episódios mais dolorosos ou assustadores.
..."É cruel, mas nunca sádico, o modo de escrita de Diop. É visceral. É a marca de um grande escritor que sabe o poder da linguagem para deixar na sombra o que é preciso que fique na sombra. “A história escondida tem de estar lá sem lá estar, tem de deixar-se adivinhar como um vestido cingido amarelo cor de açafrão deixa adivinhar as belas formas de uma rapariga. Tem de transparecer”, lê-se nesta história que sai da cabeça de um soldado que, depois de ser considerado um herói, é enviado para a retaguarda porque os colegas, brancos e negros, só conseguem ver nele a morte. Toda a beleza aqui é a da literatura.”
Isabel Lucas
Nov. 2021, Público
É diário, é memória, é ficção, é procura, introspecção?
Tudo isso feito numa escrita cativante, moderna e feminista.
O caminho das mulheres, cheio de dores e perdas, nunca é fácil, mas nele pode haver felicidade e, sobretudo, liberdade.
É um país cheio de sol e cor, o nosso, mas os portugueses parecem ver, cada vez mais, a preto e branco.
Como é que ninguém explica à criatura que Portugal é uma democracia e que nas democracias não se ilegalizam partidos, como na Ucrânia?
Como ensinar ao rapaz o que ele já devia saber: que o PCP tem lá as suas parvoíces ( agora até se excedeu nelas) mas teve também um papel fundamental na luta contra a ditadura e na construção da democracia?
Como explicar àquele humano que, por cá, estender a mão e sentir que nos querem levar o braço não é coisa do nosso agrado?
Como ensinar a um "burro velho" as regras de boa educação e convivialidade na casa dos outros quando, estando em fuga, se aceita um convite para partilhar o tecto, e às vezes os parcos haveres?
Como?
O 25 de Abril não é de ninguém. É de todos os que se queiram encontrar na rua, celebrando a liberdade e uma data que lhes é querida.
É dia de risos e abraços, encontros, cravos na mão, corres garridas no vestuário, ténis nos pés, conversas, recordações e esperança no futuro.
Quem quiser, aparece. Vai alinhado ou desalinhado. Pertence a um grupo ou a si mesmo. E tudo isso está bem.
Tem sido sempre assim, até que apareceu um novo partido, a Iniciativa Liberal, que está sempre de olho na “facturação” e no lucro. Foi isso que bispou ao convidar a senhora Inna Ohnivets , embaixadora da Ucrânia em Lisboa, para desfilar com eles numa festa à parte, só deles.
E não é que a senhora Inna aceitou? Embrulhou-se na bandeira do seu país e lá foi. Tenho para mim que a senhora Inna sabe tanto do que é a IL como de Bacalhau à Zé do Pipo, e isso nem seria grave se não mostrasse que ela também não sabe qual deve ser o papel de um embaixador, e isso, sim, já é grave.
A ajuda de Portugal à Ucrânia, tem sido feita por todos nós, individual e colectivamente, mas por TODOS. Em nenhuma circunstância um embaixador pode aliar-se a uma parte do país que o acolhe em detrimento de outra mas, neste caso em particular, é de uma injustiça tremenda.
Acredito que não fez por mal, não creio que seja liberal nem qualquer outra coisa.
Como não tenho más intenções, quer-me parecer que a senhora Inna será apenas burra.