segunda-feira, novembro 25, 2013

Ser do contra











 
 
Várias organizações, entre as quais o movimento Não Apaguem a Memória, vão realizar, no dia 7 de Dezembro, uma sessão comemorativa do 40º aniversário do III Congresso da Oposição Democrática realizado em Aveiro a 7 de Abril de 1973.

Caracterizado por uma brutal carga policial, e congregando sectores ideológicos democráticos muito variados, aquele foi um importante momento na luta contra a ditadura.

Uma frase proferida por Pacheco Pereira na reunião das esquerdas em defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social, salvaguardando todas as enormes distâncias, lembrou-me esse momento de 1973, quando os portugueses se dividiam em duas grandes categorias – “da situação” e “do contra”.

Nesse “contra” cabia tudo − socialistas, comunistas, maoístas, católicos progressistas, sociais-democratas, democratas cristãos, trotskistas e o que mais houvesse.

Hoje, deixando de lado a política partidária com as suas querelas, mas também com as suas justas e indispensáveis diferenças, os cidadãos comuns agrupam-se, cada vez mais, como em 1973 – há os “da situação” e os “do contra”. 

Daí fazer, para mim, todo o sentido a frase de Pacheco Pereira:

“Neste momento, o que nos deve unir não é aquilo que defendemos, mas aquilo a que nos opomos".

Uma pequena e certeira frase que contém a real dimensão do retrocesso político e democrático português verificado em apenas dois anos e meio.

 

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