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segunda-feira, maio 27, 2013

Jornalismo de investigação

Quando há poucos anos o WikiLeaks fez o seu estrondoso aparecimento nas nossas vidas, sob o aplauso quase geral dos jornalistas e ocupando imenso espaço na informação, não percebi tanto entusiasmo sem pitada de dúvida.

Sem negar a relevância da informação exposta, sempre me pareceu que ela tinha sido obtida como quem espreita o vizinho pelo buraquinho na parede.

Se calhar, até hoje ainda não percebi nada, visto que, até hoje, continuo a achar a mesmíssima coisa.

Ora, essa mesmíssima coisa não aconteceu quando este fim de semana, através do Expresso, tomei conhecimento da existência duma organização de jornalistas que dá pelo nome de International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ).

Com sede em Washington, congrega 160 jornalistas de 60 países e está a fazer um importante trabalho sobre offshores, seus criadores e utilizadores.

Esta organização dedica-se ao sector (talvez) mais nobre do jornalismo − o jornalismo de investigação, cada vez mais escasso nos meios de comunicação social de todo o mundo.

Rui Araújo, jornalista português pertencente ao ICIJ desde o seu início, afirma no Expresso – “sem jornalismo não há democracia”, e eu acho que sem jornalismo de investigação ela fica pobrezita e periclitante.

Provavelmente, esta escassez de jornalismo de investigação tem que ver com o seu elevado custo face ao baixo interesse do chamado “público”, que, na sua imensa maioria, e cada vez mais, se está borrifando para a investigação e a informação séria e rigorosa.

Sei muito bem que o que estou para aqui a escrever também não interessa nada ao estimado “público”; por isso este post serve apenas para dizer que gostei muito de tomar conhecimento da existência do International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ), e que, às vezes, gosto mesmo de ainda gastar dinheiro a comprar jornais.