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quarta-feira, julho 04, 2012

Uma questão de vistas

No Expresso de sábado passado li esta frase:

“A Grécia está no olho do furacão da crise das dívidas soberanas mas um problema numa vista afastou o PM da cimeira”.

Apeteceu-me logo perguntar ao jornalista João Dias, que assina o artigo, como vai de vistas. É melhor a da sala ou a do quarto? E o serviço de pratos é Vista Alegre? E que me diz dos de vistas curtas que por aí andam? E dos que fazem vista grossa? E dos que só pensam em fazer vista?

Bem vistas as coisas, o jornalista não deu nenhum pontapé na língua, limitou-se a usar o termo popular, mas fez-me lembrar a tia Ermelinda lá da aldeia, sempre a lacrimejar por causa dum problema numa “vista”.

Ela diz sempre assim, talvez porque tenha medo que a palavra olho ofenda, e todos sabemos porquê; acontece que ela nunca foi à escola e por isso não sabe que não há confusão possível – “aquele”, o tal que a faz temer a confusão e a ofensa, tem outro nome, e o órgão da visão, o que tem retina, chama-se OLHO.
Era desse que padecia o PM grego.

Ora, um jornalista do Expresso não deve escrever como fala a tia Ermelinda, acho eu, é o meu ponto de vista.
E será que o Expresso já não tem revisor, ou ele é dos que só dá uma vista de olhos? Ou terá vista cansada?

Eu gosto muito da tia Ermelinda mas, quando leio o jornal, caramba, gostava mesmo que chamassem olho ao OLHO.
Até à vista.