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sexta-feira, novembro 09, 2012

Vem aí a Merkel

Geralmente em modo zangado, já muitas vezes aqui abordei o tema Merkel.
Ela vem aí, e à sua espera terá uma manifestação cujo slogan é – Que se lixe a troika, a Merkel não manda aqui.

Acontece que manda.

E manda sobretudo por causa do nosso comodismo e analfabetismo político, muito mais do que pelo facto de a Alemanha ser nossa credora.

Se o projecto de Europa a que aderimos está hoje completamente desfigurado pela existência dum directório em que a Merkel é soba, a culpa é nossa.

Se aqui estamos agora, pobres e sem soberania para sair da pobreza, é porque, de todas as vezes que houve um novo tratado, nunca exigimos conhecê-lo, discuti-lo ou referendá-lo, isto é, assinámos de cruz.

A Merkel é nossa credora usurária mas contra ela nada posso – não a elegi, e a sua permanência no poder não depende da minha vontade nem dos meus gritos, que também não a fariam mudar.

O que eu posso, e tenho o dever de fazer, é gritar aos ouvidos do meu governo que é ele que tem que gritar aos ouvidos da Merkel, e dos outros, que precisamos renegociar a dívida para que a possamos pagar; se o governo não o fizer ou nada conseguir, eu vou gritar-lhe aos ouvidos que tem que, ao menos, negociar a nossa saída do clube dos ricos a que, manifestamente, deixámos de poder pertencer.

É isso, e apenas isso, que estou disposta a gritar “até que a voz me doa”.
Quanto à Merkel, já está fora da minha “guerra”.

Assinar cartas a dizer-lhe que é mal-vinda, ou ir berrar-lhe coisas que ela não ouvirá, parecem-me actividades lúdicas e inconsequentes que, com franqueza, não me apetecem.
Posto isto, e como sempre preciso de encontrar algum sentido para o que faço, obviamente, não vou.

 
PS: Tudo o que disse não invalida que, após a sua saída, o país precisasse de muitos objectos como o da imagem acima, roubada há tempos ao blogue Delito de Opinião.