Muita gente, do centro para a esquerda, anda por aí a afirmar que a colagem de Maria Luís Albuquerque ao ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, selou o seu fim político.
Na actual
conjuntura europeia, essa certeza não tenho. Mas tenho outra:
Maria Luís
ganhou, na semana passada, as suas trinta moedas.
Isto é,
traindo os nossos interesses, assegurou um futuro lugar em qualquer instituição
da troika – FMI, BCE, Comissão Europeia, tanto faz.
Num dia não
muito distante, vê-la-emos em passada larga, pasta na mão e sonso sorriso de
narizinho franzido, acompanhada por dois outros cães de fila, a aterrar em algum
país que se encontre em apuros para nele aplicar a sua receita de chicote sem
cenoura.
Qual
síndrome de Estocolmo, qual carapuça?! Maria Luís começou, simplesmente, a
tratar da vidinha.
Espera-a uma
carreira internacional − o país é pequeno demais para tanta ambição e desplante.
E tem sorte, porque vive numa época em que a Europa, ao contrário de Roma, paga bem a traidores.