Conheço um país, o nosso, em que o governo paga “rendas
excessivas” às empresas de energia no valor de 4 mil milhões de euros. Foi dito
pela troika que, para suportar os
custos da eletricidade, havia que taxar as empresas produtoras e distribuidoras
e não apenas os consumidores domésticos e as empresas. Que faz o governo? Despede o
governante que acha que rendas de 4 mil milhões são excessivas assim nos
mostrando, mais uma vez que a defesa e proteção dos grandes grupos económicos é
para manter “custe o que (nos) custar”.
Nesse mesmo país, nos dias que correm, não se pode
apresentar queixa em algumas esquadras da polícia porque não há como
registá-las, visto que não há dinheiro para os tinteiros das impressoras. Nem
para pequenos arranjos de centenas de viaturas. Nem para lhes mudar o óleo.
Acabou a tinta, sim, mas há cada vez mais “lata” para fazer tudo ao contrário do que se prometeu.