Mostrar mensagens com a etiqueta TSU. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta TSU. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, setembro 17, 2012

Como eu vivi a estuporada semana de Setembro

 

 

No dia 7 de Setembro, a meio da tarde e com a mala já desfeita, considerei-me instalada para gozar uma semana de férias.

Antes do pôr-do-sol, Passos, via televisão, lança a sua taxa Rabin dos Bosques vestida à pressa e do avesso; de seguida, parte para cantar a Nini, ou lá o que foi.

Mesmo antes de ele ter tempo de abandonar a sala, eu já tinha percebido
que aquele fedelho impreparado e mentiroso tinha acabado de me tirar também as férias.
Se aprendemos que a saúde não é a mera ausência de doença, é fácil perceber que férias também não são a mera ausência de trabalho.

Longe da internet, por ali andei a jiboiar ao redor da televisão.
Aos poucos, fui percebendo que o homem tinha feito o pleno, estava sozinho, e não havia uma única voz que se levantasse em defesa daquela coisa.

Um feito notável, que desde já lhe assegura um lugar cativo no panteão das nossas sinistras figuras históricas.

Cheguei a tempo de participar na 2ª maior manifestação da minha vida, com gente de todas as idades; tomando a rua, zangados mas bem-dispostos, afirmativos, sem medo, unidos, determinados (finalmente) a dizer BASTA.

Bati com uma colher de pau torta numa tampa velha, gritei que “o povo unido jamais será vencido”, “FMI fora daqui” e “gatunos”.

Senti-me num tempo circular, estranho, enérgico mas, simultaneamente, penoso – é que eu (como muitos outros que lá estavam) já gritei tudo isso há trinta anos atrás e nunca esteve nos meus planos de vida voltar a gritar as mesmas palavras três décadas depois.