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terça-feira, março 20, 2012

O trabalho dá saúde

Os suíços fizeram mais um referendo.
A pergunta que nele se fazia era se queriam ter seis semanas de férias em vez de quatro.

A resposta foi NÃO.
Os suíços trabalham entre 45 a 50 horas semanais e um terço deles sofre de stresse no trabalho.

A passada utopia do futuro profetizava que os homens haveriam de trabalhar menos, ajudados pelas máquinas e que, com isso, seriam mais felizes.
A utopia, era utopia mesmo. Com as máquinas, cada vez um menor número de pessoas trabalha mais, deixando de fora uma grossa fatia de desempregados.

Quanto a serem mais felizes, não se sabe bem o que isso seria mas, pelo menos para os suíços, a felicidade não passa por mais tempo livre para si próprios, os seus hobbies, a sua família, o seu alívio do stresse.

Certamente muitos acharão louvável tal comportamento, e dirão que devíamos ser como eles, nós, os preguiçosos do sul.
Acontece que a maioria de nós ainda acha que há mais vida para além do trabalho.

Dou de barato que as seis semanas não seriam para gozar de seguida, e que melhorar as condições de trabalho seria mais eficiente na diminuição do cansaço.

Porém, recusar liminarmente mais tempo de férias num tecido social cansado parece-me mais uma aberração da sociedade que fomos criando, aquela em que muitos, cada vez mais, não sabem o que fazer com o seu tempo livre e, postos perante ele, também entram em stresse.

No país/lavandaria de dinheiro que é a Suíça, o povo quer é trabalhar muito.
Pois que continuem a contar as notas nos bancos, a bater o chocolate e a acertar os relógios.

Se o trabalho dá saúde, chegará o dia em que nem precisarão de férias nenhumas, e ficarão todos tão fresquinhos e viçosos como a Heidi e o avô lá no alto da montanha.