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terça-feira, outubro 08, 2013

Um dia a casa vem abaixo













 
Esta é uma imagem do exterior dum banco brasileiro em Manaus.

Os sem-abrigo costumavam abrigar-se ali do sol e da chuva. O banco acabou com o “abuso” (se é sem-abrigo não se pode abrigar, ora essa) mandando colocar pedras pontiagudas no passeio.












 
 
Aqui nas minhas bandas, como se pode ver nesta outra imagem, o banco espanhol BBVA resolveu o problema de “ocupação” das montras com outro material – aço inoxidável.

Um dia “a casa vem a baixo”.
Quando?

sexta-feira, dezembro 07, 2012

Filha de Rousseau

Deixando de lado as questões da pedagogia e do saber, e apesar de já ter idade para ter juízo, sei que ainda hoje, lá bem no fundo do fundo, sou um pouco “filha de Rousseau”, no sentido de acreditar que o homem é naturalmente bom.

Estúpido isto, eu sei que é estúpido, porque a toda a hora se demonstra que o contrário é que é verdadeiro, mas, como cada um tem direito à sua dose de parvoíce, eu tendo a tomar como seguro que os gestos bonitos nascem da bondade de corações puros. Pois!

O exemplo mais recente foi o da tal Adriana na manifestação de 15 de Setembro; achei que o sortudo do fotógrafo tinha conseguido captar um momento de fraternidade universal, em que o coração duma boa (!) garota ansiava pela paz e concórdia entre os homens, não temendo botas cardadas, bastões ou viseiras para alcançar tão nobre objectivo.
Vai na volta, viu-se que afinal a miúda tinha inclinação para o showbiz.

Daí que tenha estremecido quando li esta frase no Público, a propósito do polícia nova-iorquino que foi comprar umas botas para o sem-abrigo descalço:

Jeffrey Hillman ficou famoso como o sem-abrigo descalço a quem um polícia ofereceu um par de botas numa noite fria. A fotografia do momento emocionou o mundo. Mas nem tudo é o que parece.

Pensei: lá vem bomba de fragmentação para cima da minha fé nos homens. Até tive medo de ler. Mas li, e ainda bem. Afinal o polícia é mesmo um polícia bom, de coração puro e compassivo, e o sem-abrigo é apenas alguém, ou mais um, que perdeu o tino durante uma das muitas guerras americanas. Ufff…

Bom fim-de-semana para todos os corações bons e compassivos.

quarta-feira, abril 18, 2012

Uns “vizinhos” com sorte

Tomei conhecimento de que a comissão Europeia abriu um processo contra Portugal por causa das condições de vida de metade das nossa galinhas poedeiras.
Elas não têm o conforto exigido pela Europa, que determina que as gaiolas têm de prever para cada galinha, pelo menos 750 cm² de superfície da gaiola, um ninho, uma cama, poleiros e dispositivos adequados para desgastar as garras, que permitam às galinhas satisfazer as suas necessidades biológicas e comportamentais". Notícia aqui

Eu acho muitíssimo bem.
Entretanto, só por curiosidade, fui deitar uma olhadela, à socapa, a dois sem-abrigo que são muito cá do sítio, para verificar se as condições em que vivem são "capazes de satisfazer as suas necessidades biológicas e comportamentais".

Verifiquei que, quando deitados, ocupam mais de 750 cm2, porém, não vi cama e muito menos poleiro. Quanto ao “dispositivo adequado para desgastar as garras” também não me parece que exista, dado o estado em que as mesmas se encontravam.

Os meus dois “vizinhos” agradecem à Europa que só se preocupe com os animais. É que parece que teremos de abater as galinhas que não têm condições de vida decentes.
Sorte a deles, hem?

Posto isto, os amigos e defensores dos direitos dos animais podem chamar-me os nomes todos que quiserem.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Lixo para debaixo do tapete

Segundo li há dias, o novo governo espanhol de Mariano Rajoy prepara-se para aceitar a prestimosa sugestão de BCE para baixar o salário mínimo em Espanha, que é actualmente de 641 euros, para 400 euros.
Estou mortinha por ver como vão os espanhóis responder a isto. Espanhol “tem pelo na venta”, não é cordeiro manso como o português, daí a minha curiosidade pela sua reacção se se vier a confirmar a redução do salário mínimo.

Ao contrário do que costumo ler por aí, parece-me que, dentro desta crise, e quando há eleições, os povos não querem simplesmente castigar o governo que está, querem mudar seja para o que for. Se o governo é de “esquerda” socialista, muda-se para o de direita e, com o passar do tempo, estou convencida que a maioria dos governos de direita que têm governado o continente europeu, quando tiverem eleições cairá também, optando os eleitores pelos que se dizem de esquerda, seja lá isso o que for.

Mudar, mudar, é só o que as pessoas querem, não prestando grande atenção ao que a mudança trará no ventre.
As viragens à direita nos casos de Portugal, Espanha ou Reino Unido deviam vir com o slogan – “Os Pobres que Paguem a Crise”, para que ninguém fosse ao engano.

Mas isto só se aplicaria aos que ainda ganham alguma coisa, pois os que perderam tudo e caíram na rua estão a ser tratados como lixo que se empurra para debaixo do tapete, como acontece em Marselha, Hamburgo e na Hungria.

A governação europeia pode, hoje em dia, resumir-se em três simples decisões:
Os pobres pagarão a crise, o lixo varre-se para debaixo do tapete mas salvaremos a City!


Nota: foto retirado do blogue ESQUERDA.NET com link neste post.