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segunda-feira, junho 23, 2014

Hope so!


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
…no fim de tudo ficamos modestos, mas, ao mesmo tempo, mais sofisticados.

Sándor Márai, “A Irmã”

Imagem: Paimio Chair, Alvar Aalto, 1931-32

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

O Amor em tempos incertos


No momento em que o sul do Mediterrâneo ora nos alegra, ora nos deixa apreensivos, opto por uma certa visão do amor através da bela prosa de Sándor Márai, par quem tiver paciência para ler tantas palavras.

“Continuo sem saber o que é amar…mas é possível saber? E saber para quê? Isso nada tem a ver com a razão. Seguramente o amor é mais do que conhecimento. Conhecer é muito pouco. Há sempre um limite…Amar é, talvez, viver ao mesmo ritmo. Um acaso maravilhoso, como se, no universo, dois planetas tivessem a mesma órbita, a mesma atmosfera e a mesma matéria. Um acaso com que não devemos contar. Talvez nem exista. Vi já algo semelhante? Sim, talvez…muito raramente…mas não estava muito seguro. Identidade na vida e no amor. Gostar dos mesmos pratos, da mesma música, da mesma maneira, rápida ou lenta, de ir na rua, do mesmo ritmo com que se buscam na cama…talvez seja isso. Como isso deve ser raro! Um milagre…Esses encontros, eu imagino-os místicos. Mas a vida real não se alicerça em tais probabilidades. Julgo que segregar hormonas simultaneamente, pensar o mesmo das coisas, exprimindo-se com palavras idênticas…eis o que eu entendo por ritmo. Mas isso não existe. Uns são mais lentos, outros, mais rápidos, uns têm medo, outros arriscam, uns são ardentes, outros, mornos. Tem de se levar assim a vida, e o mesmo para os encontros…é assim, no seu estado de imperfeição, que temos que agarrar a felicidade.”

Sándor Márai
Divórcio em Buda
Ed. D. Quixote, 2010