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terça-feira, dezembro 17, 2013

De novo a interpretação











 
 
O humor em Portugal quase sempre foi curto e grosso, isto é, com muito recurso ao palavrão e ao sexo; o sarcasmo, mas sobretudo a ironia fina, nunca fizeram o nosso género.

O caso mais recente em que tal se verificou foi o da entrevista que Rodrigo Guedes de Carvalho deu a uma sua colega depois da exibição do programa dos Gato Fedorento.

Nessa entrevista, ele lamenta, com ar sério, a sua participação naquela “parvoíce” e diz que “foi atraído para uma armadilha”.

Rodrigo Guedes de Carvalho revela ser, ao contrário da colega que o entrevista, um excelente actor, respondendo assim a quem o atacou por, supostamente, um jornalista não poder entrar naquelas brincadeiras.

Contudo, parece ter sido entendido à letra por uma enormidade de pessoas inteligentes.

O programa certamente foi preparado durante semanas; o Rodrigo tinha na mão as “deixas” escritas; a SIC é um canal nacional cheio de profissionais onde as coisas não vão para o ar ao acaso.

Seria, então, crível que a SIC deixasse que um seu pivô fosse atraído para uma armadilha? E seria também crível que mandasse, logo de seguida, alguém fazer-lhe uma entrevista risonha como acto de contrição?

Não. O único “pecado” de Rodrigo Guedes de Carvalho foi ser convincente, e usar demasiada ironia e subtileza para um país que, cheio de pressa, só vê metade, só ouve metade, só lê metade, e logo tira as suas conclusões.
Que são sempre por inteiro.

A entrevista pode ser vista aqui.