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sábado, julho 04, 2015

Daqui, do meu “Olimpo”











Aqui sentada no meu tranquilo “Olimpo”, não vou dizer − “se eu fosse grega” fazia isto ou fazia aquilo.

Não vou, mas também não vou negar que com este longo processo, que está longe do fim, ora me inquieto ora me regozijo, ora deprimo ora barafusto, ora acalmo ora confio, ora desconfio. Tem sido cansativo, às vezes quase desesperante, mas sempre nos pôs o sangue a correr nas veias, e isso é bom, muito bom.

Aqui sentada no meu tranquilo “Olimpo”, tenho testemunhado uma das maiores, se não a maior e mais escandalosa campanha de desinformação a que já assisti.

Aqui sentada no meu tranquilo “Olimpo”, e à aproximação de domingo, ser-me-ia muito fácil escrever OXI, OXI, OXI (o Não grego), quase como se os gregos tivessem o dever de votar Não, e com esse seu acto de rebeldia ou desespero devessem resgatar, não só a sua honra, mas sobretudo a nossa.

A quantidade de anos já vividos, porém, permite-me saber, antes de mais, que é preciso estar “nos sapatos” dos outros para perceber a verdadeira dimensão dos problemas que os afligem.

Por isso acho que OXI não pode ser uma bandeira de que nos apropriamos alegremente nas redes sociais.

Se eu fosse grega, sei lá o que faria.
Se eu fosse grega, sei lá em que situação me encontraria.
Se eu fosse grega, sei lá como avaliaria as consequências para o futuro do meu país em geral e da minha família em particular.

Aqui sentada no meu tranquilo “Olimpo”, é verdade que também eu desejo que os gregos se decidam pelo Não. Que digam BASTA.

Contudo, se amanhã eles não o puderem fazer, eu entendo. E respeito.
É isso. Seja o que for que aconteça, eu respeito

PS: OXI, OXI, OXI.

terça-feira, março 20, 2012

O trabalho dá saúde

Os suíços fizeram mais um referendo.
A pergunta que nele se fazia era se queriam ter seis semanas de férias em vez de quatro.

A resposta foi NÃO.
Os suíços trabalham entre 45 a 50 horas semanais e um terço deles sofre de stresse no trabalho.

A passada utopia do futuro profetizava que os homens haveriam de trabalhar menos, ajudados pelas máquinas e que, com isso, seriam mais felizes.
A utopia, era utopia mesmo. Com as máquinas, cada vez um menor número de pessoas trabalha mais, deixando de fora uma grossa fatia de desempregados.

Quanto a serem mais felizes, não se sabe bem o que isso seria mas, pelo menos para os suíços, a felicidade não passa por mais tempo livre para si próprios, os seus hobbies, a sua família, o seu alívio do stresse.

Certamente muitos acharão louvável tal comportamento, e dirão que devíamos ser como eles, nós, os preguiçosos do sul.
Acontece que a maioria de nós ainda acha que há mais vida para além do trabalho.

Dou de barato que as seis semanas não seriam para gozar de seguida, e que melhorar as condições de trabalho seria mais eficiente na diminuição do cansaço.

Porém, recusar liminarmente mais tempo de férias num tecido social cansado parece-me mais uma aberração da sociedade que fomos criando, aquela em que muitos, cada vez mais, não sabem o que fazer com o seu tempo livre e, postos perante ele, também entram em stresse.

No país/lavandaria de dinheiro que é a Suíça, o povo quer é trabalhar muito.
Pois que continuem a contar as notas nos bancos, a bater o chocolate e a acertar os relógios.

Se o trabalho dá saúde, chegará o dia em que nem precisarão de férias nenhumas, e ficarão todos tão fresquinhos e viçosos como a Heidi e o avô lá no alto da montanha.