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terça-feira, abril 17, 2012

Ó Júlio, já chega

Já disse aqui, a propósito de Pedro Rosa Mendes, que tenho, há muitos anos, o hábito de ir ouvindo o programa da manhã da Antena 1.

Não sei em que ano começou o programa de Júlio Machado Vaz, “O Amor É”, nem isso interessa; sei que dura há tantos anos que deve estar em competição com “O Preço Certo”.

Se durante muito tempo o ouvi com agrado e simpatia, confesso que agora já não o aguento.
O homem já deu várias vezes a volta a tudo o que podia dizer, e aquilo actualmente mais parece uma missa diária que apela à continuação do bocejo matinal.
Não se aguenta, seis dias por semana - programas curtos de 2ª a 6ª e programa de uma hora ao domingo.

Não sei o que leva a Antena 1 a manter o programa, mas se foi tão expedita a despachar o Rosa Mendes and friends, por mim não entendo um tal apego ao Júlio.
Por outro lado, o Júlio também não se enxerga, e não percebe que ele e aquele modelo já deram o que tinham a dar. É preciso saber partir, deixar o palco quando chega a hora, mas isso é ruptura muito difícil para a maioria dos egos.

Naqueles cinco minutos, seria bom ouvir vozes diferentes com assuntos diferentes. Seria bom ouvir, por exemplo, um escritor ou crítico recomendar um livro, um artista ou um curador escolher uma exposição, um cinéfilo entusiasmar-me com um filme, um melómano apontar-me um CD.

Júlio Machado Vaz e a RDP parecem o Carreras a Brightman no dueto Amigos para Siempre; porém, como quem paga essa amizade sou eu, tenho o direito de dizer que estão a abusar da minha paciência, e todas as manhãs me apetece dizer BASTA.

sexta-feira, janeiro 27, 2012

Pedro Rosa Mendes

Eu ouvi a tão falada crónica do Pedro Rosa Mendes logo quando ela foi transmitida. Ouvia sempre; não só ele mas também a Raquel Freire, a Rita Matos, o Gonçalo Cadilhe e o António Granado.

É hora de estar a fazer isto e aquilo, e vou ouvindo. Naquele dia, salvo erro 18 de Janeiro, parei com o isto e aquilo e fiquei a ouvir. O que ele dizia era tão certeiro e desassombrado, tão corajoso e sem tibiezas, que era preciso prestar a devida atenção.

Quando acabou, a intuição disse-me que aquele homem tinha acabado de pôr o seu emprego em risco porque se recusava a ser a voz do dono, coisa já tão rara na comunicação social em Portugal.

Tenho a certeza que Pedro Rosa Mendes não é ingénuo, e sabia isso tão bem como eu. Mesmo assim, recusou a autocensura, chamou os bois pelos nomes, e optou por correr riscos.

Eu, ganhei o dia. Num país triste, amarfanhado e medroso como hoje é o nosso, encontrar pela manhã a voz da dignidade e da coragem que, implicitamente, ousa mandar para o sítio certo o Miguel Relvas e companhia, corresponde, literalmente, a ganhar o dia.

E este post hoje mais não é que o meu obrigada e a minha homenagem a um jornalista sem medo – Pedro Rosa Mendes.


Nota: deixo aqui o link para a sua crónica, esperando que ainda não tenha sido retirada.