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quinta-feira, novembro 21, 2013

Gosto de abraços, pronto


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Que diferentes somos

"A cadeia sueca de televisão TV4 teve uma ideia bastante simples, mas muito fixe! Colocaram uma câmara sempre a gravar Ibrahimovic e outra sempre em cima de Cristiano Ronaldo, depois foi só juntar os cinco golos – três do português e dois do sueco – num único vídeo com as reacções de ambos." (E não só, digo eu)

 
Ver aqui o vídeo que roubei ao Sérgio Lavos no Facebook
Gosto de abraços, pronto!

 

 

segunda-feira, maio 28, 2012

Ladeira da Boa-Morte




Numa das estradas de acesso à minha cidade há um troço chamado Ladeira da Boa-Morte

Não sei por que raio de associação só penso nisso desde que ouvi a troika dizer que “Portugal vai no bom caminho”.

quarta-feira, maio 09, 2012

Onde pára o nosso lítio?

Aos doentes já deram vários nomes, que eu saiba – ciclotímicos, maníaco-depressivos e agora bipolares.

É do conhecimento geral que a doença se caracteriza por períodos de euforia e períodos de depressão, ou seja, há dias em que o doente assobia na rua e outros em que se mete na cama com a cabeça tapada, podendo a passagem de um estado ao outro ser bastante rápida.

Eu acho que o colectivo dos portugueses padece deste mal. Ora somos os maiores, ora nos achamos abaixo de cão. Basta ver a facilidade com que, por aqui, qualquer um passa de bstial a besta. Esta sintomatologia também se revela quando elegemos governos. Uns são eufóricos, e outros deprimidos.

O governo de Sócrates era um claro exemplo da primeira fase − pensamento positivo e em grande; ainda me lembro muito bem de o ouvir na televisão a afirmar poucos dias antes de chamar os troikos: “Portugal tem dinheiro, nós não precisamos de pedir ajuda externa”. Fase eufórica, portanto.

Seguiu-se o governo de Passos e passámos à segunda fase, a da depressão.
Começou por nos mandar empobrecer, depois mandou os nossos filhos emigrar e agora, mais recentemente, mandou que nos habituássemos a viver com elevada taxa de desemprego. Fase depressiva, óbvio.

Parece que esta doença, que já teve tantos nomes, é incurável, mas o doente pode ter uma vida estável se tomar, sem falhas, a sua dose diária de lítio (não sei se é a mesma coisa que se usa nas pilhas Duracell), mas sei que é lítio.

O que pergunto é se não haverá por aí quem abra a bocarra deste país e deite lá para dentro a dose certa de lítio, a ver se conseguimos fazer a nossa vidinha sem ataques de euforia nem de depressão? E pode ser mesmo um genérico, que sempre é mais barato, uma vez que comer pilhas deve ser indigesto.
É que esta doença não mata, mas é muito difícil de aturar.


quarta-feira, setembro 14, 2011

Protectorado e seu protector

Percorrendo os títulos dos jornais de 13 de Setembro

Um protectorado chamado Portugal:
- Troika quer medidas adicionais de corte na despesa equivalentes a 0,6% do PIB em 2012- Público online
- Troika adia reforço do poder dos reguladores para final de 2012 - Público online.
- Técnicos da troika em Lisboa para discutir redução da Taxa Social Única – Público online.
- Governo disponível para tomar mais medidas de austeridade - JN online
- Carlos Moedas: "Vamos enfrentar mais dificuldades" – JN online
- Troika avisa que Portugal está em falta na TSU - Expresso online

O protector tem a casa a arder e recusa chamar os bombeiros:
- Risco de default da Grécia salta para 98% - Público online
- Juros da dívida grega a dois anos ultrapassam os 90% . Público online
- Merkel recusa insolvência descontrolada da Grécia – Público online
- Grécia diz que só tem dinheiro até Outubro - Público online
- Obama diz que Espanha e Itália são o “maior problema” da zona euro Público online
- Europa está "à beira do precipício", diz Felipe Gonzales - Expresso online

Nem sei se deva começar já a deprimir ou se espere mais um pouco para quando cairmos no precipício.
Acho que espero. O antidepressivo só perde a validade daqui por seis meses.

terça-feira, maio 10, 2011

Sim, eu gosto.

No Expresso de 7 de Maio, Henrique Raposo, um cronista de quem até já discordei aqui publica uma crónica (sem link), que começa assim:
O cinismo é a base da cultura pós-modernista, uma peçonha cool que nos anestesia há décadas. E este cinismo assenta numa ordem muito simples: é proibido acreditar.
Desta vez concordo com o cronista. Vem isto a propósito do filmezinho que corre na internet, feito para as Conferências do Estoril, sobre Portugal, e dirigido aos finlandeses.
É um filme interessante, sobre um país periférico e mediterrânico que é desconhecido, hoje em dia, da maior parte dos povos de outros países. O filme mostra, com acerto, simplicidade e humor, que nem sempre estivemos de mão estendida, que chegámos a dividir o mundo com a Espanha, que houve muita glórias passadas mas também algumas actuais e, no fim, aborda, para os finlandeses, uma das nossas melhores características – ainda somos generosos e solidários.
Devíamos ver um filme destes todos os dias, como quem toma um remédio, para ver se mudávamos este permanente estado de descrença e lástima miserabilista, em que sempre nos achamos piores que todo os outros, coisa que não passa pela cabeça de nenhum outro povo europeu. Espanhóis, franceses, britânicos, italianos e gregos, por exemplo, acham-se sempre o supra-sumo quer no passado quer no presente.
À nossa tendência natural para nos acharmos uns “coitadinhos”, junta-se uma miríade de comentadores, em todos os meios de comunicação social, apostados em nos enterrarem ainda mais, sempre reforçando o que vai mal. São também os cínicos de que fala Henrique Raposo, para quem é proibido acreditar, e insinuar, sequer, que se ama este país, é sinal de piroseira reaccionária. Eles são, em suma, aqueles que costumo dizer que só se sentem bem quando se sentem mal.
Gostei do filme, sim, e tanto me orgulho da era dos descobrimentos como do Serviço Nacional de Saúde, das marcas arquitectónicas de Portugal espalhados pelo mundo como dos dois Pritzker, de ter uma língua falada em 5 continentes como da Expo 98, de termos abolido a pena de morte e a escravatura bem cedo, como das grandes e pequenas invenções dos nossos cientistas actuais.
Era bom que todos tomássemos consciência do que realmente somos, nem mais nem menos, e que percebêssemos que este é apenas mais um dos maus momentos dos muitos que Portugal já viveu e ultrapassou.
Já agora, de caminho, devíamos enfiar os cínicos de serviço onde eles merecem estar.

segunda-feira, março 28, 2011

Os políticos portugueses desprezam os portugueses

Depois de uma leitura mais atenta dos jornais no fim de semana sobre o turbilhão político da semana passada, só posso concluir que os nosso políticos, todos sem excepção, nos desprezam.
Sócrates andou durante meses a negociar com Bruxelas, ou Merkel, uma ajuda a Portugal em termos mais favoráveis e mais honrosos do que os que existiram para a Grécia e Irlanda. Estava à beira de o conseguir mas, durante o processo não se limitou a fazer como Mário Soares, que meteu o socialismo na gaveta; Sócrates meteu a democracia na gaveta e fechou-a à chave, não dando contas a ninguém do que andava a fazer.
Cavaco toma posse e faz um discurso de “sobressalto cívico” com implícitos e fortes ataques ao governo, fazendo, na prática, o papel de oposição.
Sócrates fica zangado e deita contas à vida sobre qual seria o momento mais vantajoso para si mesmo para abrir uma crise política. Decide então que o melhor é mandar o Teixeira dos Santos dar a boa notícia do PEC IV para desencadear o processo, sabendo muito bem que ia encurralar o PSD e hostilizar o PR.
Cavaco, patriota, não engole a afronta e decide não mexer um dedo para salvar o acordo de Bruxelas. O PSD, que nada tem de diferente para propor, como já se viu pelas declarações dos dias seguintes, e cujo líder parece ter a coluna vertebral dum caracol (palavras de Miguel Portas, que subscrevo) cai na esparrela, também não engole a afronta, até porque tem umas eleições para ganhar, e deita o governo abaixo. Sócrates parte para Bruxelas demissionários e os queridos mercados fazem a dança da Primavera e da fertilidade.
Cada um deles, Sócrates, PSD e Cavaco, pensou apenas em si próprio, borrifando-se para todos nós. Já nem falo dos partidos à esquerda do PS que, lamentavelmente, parecem ter optado por serem apenas do contra, não apresentando propostas exequíveis no sentido de defender os portugueses destes traficantes da política que, alternadamente, nos governam.
A pergunta é: que fazer? que fazer nas próximas eleições?
Há muito quem defenda o voto em branco; pessoalmente valorizo demais esse direito e dever para o poder usar numa tal situação. Além disso, não se pode convencer 6 ou 7 milhões a votar branco, sempre alguém votará por mim e, se tal, por absurdo, se conseguisse teríamos que perguntar – e depois, o que se segue?
Tenho a certeza que milhões de portugueses se sentem como eu e todos percebemos que este paradigma partidário não nos serve.
Está, portanto, criado o caldinho para o aparecimento de outro ou outros partidos. Poderia ser bom, mas temo que possa ser o contrário. Os portugueses gostam de homens providenciais e não foi por acaso que tivemos Salazar mais de 40 anos. Foi porque a grande massa dos portugueses não se incomodava muito com isso desde que pudesse levar a sua vidinha.
Com a falta de respeito que os partidos democráticos revelam por nós, não me admiraria que o povo achasse que um não-democratico servia muito melhor.
A política à portuguesa dá náuseas.

terça-feira, março 15, 2011

Realidade surreal (continuação)

Capítulo II
A campanha “Direito à Alimentação”, apadrinhada há 3 meses por Cavaco Silva, para que os restaurantes possam doar as refeições que lhes sobram, está ainda só no papel.
Motivo: o doador pode doar, mas tem que pagar o IVA da refeição ao Estado.
Procura-se afanosamente um “regime de excepção” que parece estar prometido de viva voz mas não ainda comprometido no papel. E já lá vão 3 meses.
Cuidado com o que damos; podemos estar sujeitos a IVA.

Capítulo III
Um grupo de amigos de Carlos Castro já entregou na Câmara de Lisboa uma proposta para que seja dado o seu nome a uma rua da cidade. Porquê? Se calhar porque escrever crónicas de má-língua e morrer de morte matada é sinal de ter prestado relevantes serviços à cidade.
Este grau zero do discernimento é subscrito, entre outros, por Filipe La Féria, Vítor de Sousa, Eládio Clímaco, João Rolo e João Baião.

segunda-feira, março 14, 2011

Realidade surreal

O cidadão precisa de tirar o passaporte e, para o efeito, dirige-se ao Governo Civil.
Leva consigo, e apresenta, um Cartão de Cidadão que tem a tenra idade de 7 meses.
No computador da funcionária aparecem os dados que constam no CC e é dito ao cidadão: verifique se os dados estão todos correctos para, de seguida, assinar um documento a dizer isso mesmo – que estão correctos.
O cidadão olha e diz: não estão correctos porque aqui ainda diz que eu sou solteiro e eu, entretanto, casei.
Diz a funcionária:
 - Isso não tem grande importância porque no passaporte não consta o estado civil.
 - Mas então a senhora quer que eu assine um documento a dizer que estão correctos dados que o não estão?
O assunto sai do balcão e passa às chefias. Vários telefonemas depois, inclusive para a Conservatória do Registo Civil do local de nascimento do cidadão, conclui-se que, na certidão de nascimento está averbado o casamento, mas que só é possível alterar os dados do CC…tirando um novo.
Sete meses depois, o cidadão volta ao local onde gastou várias horas do seu tempo produtivo para começar tudo de novo.
Não é Kafka nem Ionesco, é Simplex à portuguesa.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Portugal pequenino



Há um novo estudo (e são tantos, ultimamente) denominado “As Escolhas dos Portugueses e o Projecto Farol”, que tem como promotores Belmiro de Azevedo, Daniel Proença de Carvalho, Jorge Marrão, António Pinho Cardão, José Maria Brandão e Manuel Alves Monteiro As conclusões, resultantes de um inquérito a 1002 pessoas realizado pela consultora Gf, são surpreendentes.
Entre muitos “mimos” e inúmeras contradições, a conclusão, para mim, mais chocante, foi esta:
Quase metade (46 por cento) dos portugueses considera que as actuais condições económicas e sociais são piores do que há 40 anos
Todos os povos têm a memória curta, não é só o português, mas é preciso fazer algumas perguntas, entre muitas outras possíveis:
 Antes do 25 de Abril, ou há 40 anos, como se quiser:
  • Quantos portugueses tinham carro, e televisão, e frigorífico, e telefone, e habitação própria, e saneamento básico, e electricidade, e água canalizada?
  • Quantos podiam pagar o médico ou a conta da farmácia quando estavam doentes?
  • Quantos podiam estudar tanto quanto quisessem?
  • Quantos iam regularmente ao restaurante?
  • Quantos tinham férias pagas ou, sequer, férias?
  • Quantos viajavam de férias para o estrangeiro?

Quem não viveu a época, que pergunte.
Quem a viveu, que recorde.
Ficar calado quando se ouvem estas barbaridades é crime de lesa-democracia.