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domingo, outubro 10, 2021

Polónia

Palácio e lago Lubomirski em Varsóvia


Quando estive na Polónia ainda eu era assim, e os polacos um bocado toscos e ingénuos.

Daí para cá... tchiiii, o que mudámos

Agora, diz a Polónia para a Europa:

- Na minha casa mando eu, mas vocês pagam as contas, certo?!

Ai que inveja! Como ficaram espertos!

sexta-feira, outubro 21, 2011

A rua desfila por "naipes"

Três dias depois da manifestação de 15 de Outubro, o PCP realizou também a sua “passeata do contra”, desta feita descendo o Chiado, tal como nas festas de fim de campanha eleitoral.

O PCP não gosta de misturas, nunca gostou, e se algo lhe parece ideologicamente não puro, dá um passo atrás e exorciza – arreda Satanás!
Por isso nunca dá o seu apoio ao que quer que seja que nasça fora da sua sede ou da da CGTP.
Com esta incapacidade de unir as esquerdas em Portugal, os nossos “revolucionários” instalaram-se a conversar no Facebook e, para os simples mortais, o inimigo transformou-se num vago “eles” – o governo, a troika, o patrão, o capital financeiro, as agências de rating, a Europa, em suma, o mundo.
Temos então a rua, num momento destes, a desfilar por “naipes”, sem estratégia, sem coesão, sem objectivo claro e palpável (ser só do contra não basta), o que nos faz parecer um bando de miúdos a brincar às guerras.
Se nada mudar, “eles” vão olhar e sorrir, passar-nos-ão a mãozinha pela cabeça com bonomia e pensarão – lindos meninos, é assim mesmo que os queremos.

segunda-feira, setembro 26, 2011

Nós e a chinela

Muito se tem escrito ultimamente sobre a Madeira e o seu governo.
Há quem conheça bem a realidade do arquipélago, como aqui, e nos mostre as razões para o que por lá acontece.
Aqui, pensa-se que a democracia não permite criminalizar os responsáveis políticos e que devem ser os eleitores a puni-los.
São pontos de vista válidos e que podem enriquecer o conhecimento e o pensamento de quem os lê mas, creio, ninguém tem dúvidas de que Alberto João Jardim vai renovar a sua maioria absoluta.
Para além de todas as boas razões apresentadas, do real défice democrático na Madeira e do sentimento de vitimização que os madeirenses devem estar a experimentar neste momento, creio que há uma outra poderosa razão para a reeleição de Jardim – o pouco ou nenhum valor que os portugueses, hoje em dia, dão à ética e à moral, parceiras indispensáveis dum julgamento político em democracia.
Somos muito moralistas e indignamo-nos quando sabemos de compadrios e favorecimentos, corrupção dos “poderosos” e ganhos ilícitos mas, ao pé da nossa porta, e em concreto, preferimos esquecer. Não é nosso hábito reeleger Isaltinos, Felgueiras, Loureiros ou Avelinos? Desde que façam obra, a gente quer lá saber. São todos iguais, e este, ao menos faz. Também é frequente que nos seja transmitida uma ideia do tipo - tens é inveja do sucesso deles.
Há um fatalismo egoísta e amoral em afirmações destas que, em síntese, desprezam os valores democráticos e escondem uma outra característica dos portugueses: demasiadas vezes “foge-nos o pé para a chinela”.

terça-feira, setembro 13, 2011

Isto vai


É com grande satisfação que vejo, em 2011, uma mulher na presidência da Assembleia da República e outra Presidente do PS.
Isto vai, e no tempo das netas que um dia terei, a paridade na política será total.
Tenho a certeza, e com ela me conforto.

segunda-feira, abril 11, 2011

Sócrates, o mau aluno de Guterres

Na última eleição directa do PS, quando foi eleito à coreana, José Sócrates disse claramente, quando apresentou a sua moção, que “não está disponível para governar com o FMI”.
O vídeo desse momento anda por aí; se fosse coerente ou confiável, deveria dizer ao seu partido que elegesse outro, e ir-se embora. Sabemos, porém, que tal nunca acontecerá.
Recordo o que foi o fim do governo de António Guterres. Na noite em que perdeu as eleições autárquicas em 2001, demitiu-se de primeiro-ministro dum governo que governava há 6 anos em minoria. Disse ele que, a partir daí seria o “pântano” e toda a gente resolveu dizer que ele fugiu.
Nunca achei que ele tivesse fugido, apenas me pareceu que era um homem que tinha ainda a, já então rara, perspicácia de saber quando sair.
Evitou o pântano dum país que seria ingovernável e fez bem, como se pode comprovar agora que vivemos, de facto, num verdadeiro pântano.
Sócrates, enquanto ministro de Guterres, foi seu aluno, mas, também aí, foi um mau aluno. É certo que os últimos tempos do governo de Guterres foram grotescos, cedendo a todos os interesses corporativos, dizendo e desdizendo, e assim caindo na paralisia total. Mas, por um tempo, com Guterres, fomos felizes. Saídos de 10 anos de cavaquismo cinzento e musculado, muitos saíram também da pobreza com o Rendimento Mínimo e Portugal subiu muitos pontos na tabela do Índice de Desenvolvimento Humano; nasceu uma verdadeira classe média, foi o tempo da Expo, da luta por Timor e da criação de políticas culturais coerentes como o país nunca tinha visto, e nunca mais veio a ver.
Gastámos demais? Claro que sim, mas com os outro todos também gastámos só que com pior distribuição.
Sócrates, aluno de Guterres, também diz e desdiz mas não é o diálogo que o leva à hesitação. É apenas a sua incapacidade para navegar de outro modo que não seja “à vista”. Desde cedo decidiu que a tendência para o diálogo e consenso do seu professor eram um mal que não o iria atacar e, a cavalo duma maioria absoluta decidiu que não tinha que ouvir senão o seu pequeno grupo de apaniguados para decidir. Assim, desde cedo concitou múltiplos ódios e acumulou erros desnecessários.
Onde Guterres se preocupou com a dignidade dos mais pobres, através do rendimento mínimo, Sócrates preocupou-se com o défice e a grandeza da obra a fazer, exercendo um verdadeiro esbulho na coleta fiscal que ia muito para além daquilo que, ao tempo, era mesmo necessário pôr em ordem. Os pobres pagaram e os ricos continuaram a usar os paraísos fiscais e continuaram a não pagar. O fosso social aumentou.
Guterres soube quando ir embora, percebeu que os portugueses já estavam fartos dele e demitiu-se.
Sócrates parece ainda não ter percebido que todos estão fartos dele, que está na raiz de muito do nosso descontentamento, e insiste em ficar mesmo tendo criado as condições com as quais, afirmou, não estaria disponível para a governação (termo que lhe é muito caro). Tem medo que digam que ele fugiu, como se disse de Guterres, e acha que tem de nos mostrar que é muito macho, um macho que não foge. Assim, deixou, com a ajuda de Passos e Cavaco, que se criasse um pântano como nunca tínhamos visto antes, e… fica.
Pouco lhe importa que arraste consigo o PS por muitos anos, que nos entregue nas delicadas mãos do FMI e dum governo neoliberal de jotinhas sem um pingo de cultura política, (que já dizem cada dia sua coisa, cada garganta seu gargarejo).
Ele não sai porque, ao contrário do frouxo Guterres, ele é um duro, um “animal feroz”.
Ele não sai porque, ao ouvir os aplausos no Congresso do PS pensa que é insubstituível.
Ele não sai porque, entre outras coisas, é um mau aluno de Guterres.

terça-feira, abril 05, 2011

Peço licença para entrar na Barbearia do Senhor Luís

Gostei deste post de Luís Novaes Tito no seu blogue a Barbearia do Senhor Luís  com o sugestivo título  "Barda-merda, não era, almirante?". Foi escrito com raiva e paixão, o que é sempre bom de ler.
Movida pela mesma raiva e paixão, mas certamente sem a mesma capacidade de as pôr no papel, peço, contudo, licença para entrar, opinar e parcialmente discordar.
Discordo quando diz que o povo sábio não se vai deixar governar por "tão má casta”; ao contrário, e como me parece evidente, já deixou e vai continuar a deixar.
E a culpa é do povo sábio mas comodista.
Eu, que venho do tempo da ditadura, sempre achei natural que fossem poucos a lutar contra ela, dado o elevado preço a pagar. Vi o 25 de Abril, o PREC, o 25 de Novembro, e com eles o sábio povo sempre a participar, quer nos partidos, quer nas organizações sindicais, quer nessa miríade de outras organizações que foram nascendo por todo o país para resolver os problemas de todos e cada um.
Depois, pouco a pouco, o sábio povo foi percebendo que a política era “um lugar estranho”, cheio de golpes baixos e altos, paixões e traições, lutas sem regras pelo poder, mentiras e meias-verdades, rasteiras e caneladas sem castigo, enfim, um lugar mais ou menos sujo, e o sábio povo foi saindo de fininho, deixando a política a “tão má casta”.
Incluo-me nesse sábio povo que, depois de tudo viver no meio da rua, foi para casa.
Pessoalmente, criei filhos, procurei que entendessem a importância da política, mas nunca dei o exemplo de participação na “coisa pública”. E devia ter dado porque o exemplo é fundamental. No dia 11 de Fevereiro de 2003, pus o almoço na mesa mais cedo e informei que ia à manifestação contra a guerra do Iraque, que também ia fazer-se na minha pequena cidade. Saí de casa sozinha, mas nunca vou esquecer a alegria que foi, passada meia hora, ver surgir os meus filhos, colocarem-se cada um do meu lado e marcharmos juntos sem mais conversa. Esse foi o exemplo que eu devia ter dado mais vezes.
Sim, senhor Luís, nós deixámos tudo entregue aos novos-ricos, patos-bravos e chico-espertos porque não nos queríamos “sujar” na políticas. Eles aproveitaram e encheram tudo de merda sem que um único salpico caísse sobre a nossa vida tão limpa
Por isso lhe digo: em última análise a culpa é nossa, a culpa é do sábio e higiénico povo a que pertencemos.
E agora, se me permite, vou andando, senhor Luís. Com respeito e amizade, deixo-o com uma velha máxima portuguesa - melhores dias virão, mesmo que a gente ainda tenha que se sujar um pouco.

quinta-feira, março 31, 2011

Murro na mesa II

Para aprofundar o que, sumariamente, escrevi em "Murro na mesa" vale a pena ler Daniel Oliveira:

"O que a Fitch fez, e não é o primeiro caso, foi dar um conselho a Portugal. Sendo que Portugal não é seu cliente. E nesse conselho está implícita a ameaça: ou fazem o que os nossos clientes querem ou nós dizemos aos mercados que vocês não vão conseguir pagar, aumentando assim as vossas dificuldades de financiamento e, obviamente, a dificuldade em pagar. O que a Fitch fez não foi uma avaliação externa ao próprio mercado. Foi uma intervenção direta no mercado para determinar as políticas de um Estado. Foi lobby em favor dos seus clientes, usando o instrumento que tem para determinar decisões políticas."

Todo o artigo aqui

segunda-feira, março 28, 2011

Os políticos portugueses desprezam os portugueses

Depois de uma leitura mais atenta dos jornais no fim de semana sobre o turbilhão político da semana passada, só posso concluir que os nosso políticos, todos sem excepção, nos desprezam.
Sócrates andou durante meses a negociar com Bruxelas, ou Merkel, uma ajuda a Portugal em termos mais favoráveis e mais honrosos do que os que existiram para a Grécia e Irlanda. Estava à beira de o conseguir mas, durante o processo não se limitou a fazer como Mário Soares, que meteu o socialismo na gaveta; Sócrates meteu a democracia na gaveta e fechou-a à chave, não dando contas a ninguém do que andava a fazer.
Cavaco toma posse e faz um discurso de “sobressalto cívico” com implícitos e fortes ataques ao governo, fazendo, na prática, o papel de oposição.
Sócrates fica zangado e deita contas à vida sobre qual seria o momento mais vantajoso para si mesmo para abrir uma crise política. Decide então que o melhor é mandar o Teixeira dos Santos dar a boa notícia do PEC IV para desencadear o processo, sabendo muito bem que ia encurralar o PSD e hostilizar o PR.
Cavaco, patriota, não engole a afronta e decide não mexer um dedo para salvar o acordo de Bruxelas. O PSD, que nada tem de diferente para propor, como já se viu pelas declarações dos dias seguintes, e cujo líder parece ter a coluna vertebral dum caracol (palavras de Miguel Portas, que subscrevo) cai na esparrela, também não engole a afronta, até porque tem umas eleições para ganhar, e deita o governo abaixo. Sócrates parte para Bruxelas demissionários e os queridos mercados fazem a dança da Primavera e da fertilidade.
Cada um deles, Sócrates, PSD e Cavaco, pensou apenas em si próprio, borrifando-se para todos nós. Já nem falo dos partidos à esquerda do PS que, lamentavelmente, parecem ter optado por serem apenas do contra, não apresentando propostas exequíveis no sentido de defender os portugueses destes traficantes da política que, alternadamente, nos governam.
A pergunta é: que fazer? que fazer nas próximas eleições?
Há muito quem defenda o voto em branco; pessoalmente valorizo demais esse direito e dever para o poder usar numa tal situação. Além disso, não se pode convencer 6 ou 7 milhões a votar branco, sempre alguém votará por mim e, se tal, por absurdo, se conseguisse teríamos que perguntar – e depois, o que se segue?
Tenho a certeza que milhões de portugueses se sentem como eu e todos percebemos que este paradigma partidário não nos serve.
Está, portanto, criado o caldinho para o aparecimento de outro ou outros partidos. Poderia ser bom, mas temo que possa ser o contrário. Os portugueses gostam de homens providenciais e não foi por acaso que tivemos Salazar mais de 40 anos. Foi porque a grande massa dos portugueses não se incomodava muito com isso desde que pudesse levar a sua vidinha.
Com a falta de respeito que os partidos democráticos revelam por nós, não me admiraria que o povo achasse que um não-democratico servia muito melhor.
A política à portuguesa dá náuseas.

sábado, março 26, 2011

"Marcha pela Alternativa"

Londres: 400 mil pessoas na rua contra austeridade

Os britânicos saíram hoje às ruas para protestar contra as medidas de austeridade do Governo. Os sindicatos dizem que o número de manifestantes pode chegar ao meio milhão.

Notícia aqui

sexta-feira, março 25, 2011

O pior cego...


Mas ouçamos uma história (outra parábola?):
Um duro homem avança por uma rua
que termina numa floresta como antes na infância
avançava por uma floresta que terminava
numa rua.
Olha para todos os lados mas evita olhar para cima
pois alguém lhe dissera que os humanos
só participam nos acontecimentos
abaixo do nível dos olhos,
e esta expressão – abaixo do nível dos olhos –
torna-se tão forte como a velha expressão
 - abaixo, ou acima, do nível do mar.

Gonçalo M. Tavares
Uma Viagem à Índia
Canto I, 36
Ed. Caminho, 2010

quinta-feira, março 24, 2011

sexta-feira, março 11, 2011

Programa PSD

As linhas mestras do programa de governo do PSD saem agora em livro.
Foi feito com o contributo de gestores, empresários e banqueiros.
Ainda não ouvi falar na participação de associações cívicas ou estudantis, universidades, sindicatos, Igreja ou ONG.
Temo que esteja tudo dito. Temo o que vem por aí. Temo um país pensado apenas por gestores, empresários e banqueiros.