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quinta-feira, agosto 23, 2012

Português é fiiiino…

Vai por aí uma grande indignação com o Pingo Doce por deixar de aceitar  pagamentos com cartão em compras abaixo de 20 euros.

Já me indignei com o Pingo Doce e o sr. Alexandre várias vezes, mas não agora. Fiquei a saber que a empresa, com esta medida, poupará 5 milhões de euros, e também fiquei a saber que os nossos pagamentos com cartão rendem anualmente, às empresas que os gerem, 85 milhões de euros.

Eu, confesso, estou um bocado farta de engordar gulosos.

O pagamento com cartão é uma modernice, por isso me espanto com as velhinhas que vejo na televisão, que passaram três quartos da sua vida a pagar com dinheiro, muitíssimo indignadas com a decisão do Pingo Doce.

Dizem que têm medo de serem roubadas se andarem com dinheiro vivo, e apetece-me logo perguntar-lhes se não têm medo que as obriguem a levantar, na ponta da naifa, muito mais do que os 20 euros que agora devem trazer sempre na carteira para o caso de se lembrarem de ir ao Pingo Doce comprar uma bolachas de água e sal.

Estas decisões parecem-me acertadas e de boa gestão, e só penalizam os bancos – os tais que ganham 85 milhões por ano, sempre com o rabo na cadeira à espera que a gente saque do cartãozinho.

Mas português, que amocha perante o empobrecimento, as injustiças e o desfazer metódico dum país, indigna-se por não o deixarem pagar dois euros com cartão.
Uff! Português é modernaço e fiiiino…!


segunda-feira, maio 07, 2012

O Pedro, o Henrique e a escrita deles

Este post tem como real objectivo chamar a atenção para o excelente editorial de Pedro Santos Gurreiro publicado no Jornal de Negócios na semana passada.
É jornalismo de primeira, e eu gosto. Se faço este aviso é porque, no fim, pode já não se perceber isso muito bem, as conversas são como as cerejas e tal.

Acontece que eu também tenho uma costela masoquista, e assumo que todas as semanas leio gente que, sei-o antecipadamente, me vai deixar mal disposta.

É o caso de Henrique Raposo, rapaz endiabrado, cheio de “graça” e certezas.
As suas crónicas provam à saciedade que não é preciso ter berço para alinhar na direita parva; quando o assunto recai sobre a sua humilde família de origem, todo ele é doçura e ternura e sei lá, quase me comovo; quando fala do país oferece-nos uma taça de cinismo a boiar em graçola arrapazada.

Esta semana, escrevendo sobre o mesmo assunto que Pedro Santos Gurreiro, atira-se, mas a brincar, é sempre a brincar, a quem se indignou com a história Pingo Doce.
Esquerda caviar, diz, (como agora a direita gosta de dizer), que acharia normal uma fila para comprar um brinquedo da Apple, mas no fundo não suporta o povinho que só quer consumir barato.

Povinho esperto, o nosso. Os caviar, que por aqui também andam, é que são do piorio. Se, ao menos, o Raposo soubesse argumentar! Mas a única coisa que ele sabe é usar uma prosa chocarreira que deve achar de grande qualidade.

A minha costela masoquista, porém, não desgruda. Todas as semanas o leio e todas as semanas, quando acabo, só me apetece dizer-lhe:
Ó Henrique, vai-te catar.
E para a semana há mais.


quinta-feira, maio 03, 2012

Um dia lixado

Ontem foi um dia lixado.
Depois do Miguel Portas, "morre-me" o Fernando Lopes. Parece que a morte só se interessa pelos mesmos que eu, e estas afinidades perturbam-me.
Além disso, continuei a ver imagens do “caso” Pingo Doce.
O que vi e ouvi, também desmoraliza muito.
Quanto ao senhor Alexandre, neste momento (mas só neste momento) estou-me borrifando para ele; o que me machuca mesmo são as imagens terceiro-mundistas do interior e exterior dos supermercados.

A promoção levada a cabo pelo merceeiro, para além de hostilizar o dia do trabalhador, não tinha como alvo os pobres, porque esses não vão fazer compras superiores a 100 euros.

Por isso, quem acorreu foi uma classe média empobrecida mas não miserável, com emprego por agora, gananciosa, acéfala, sem um pingo de consciência cívica ou política, estupidificada pelo consumo e que, no mínimo, me deixa desconfortável quando a vejo na televisão.

Sem medo das palavras, ouso afirmar que em 2012 há uma parte da sociedade portuguesa de que me envergonho - aquela a quem falta dignidade e brio, aquela que acha normal a esmola em vez da mais básica justiça social

E isso torna-me também mais pobre, descrente, às vezes cínica, às vezes raivosa.
Não, eu não gosto nada disso.

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Bendita Aspirina

Começo a semana estafadinha, até passei os últimos dias a aspirina, de tanto me azucrinarem a cabeça com o Alexandre Soares dos Santos e a Maçonaria.

Se bem percebi, mas não tenho a certeza porque tenho os neurónios em água, o Alexandre emigrou, ou pelo menos uma parte dele, como o governo recomenda. Foi em busca duma vida melhor. E então? É só mais um e parece que já lá tem os amigos à espera. A maleta era Louis Vuitton, decerto, e não foi “a salto”, logo, é um emigrante que só nos honra.
O que me chateia no homem é que tem a mania de se armar em puro, mas não será por isso que vou deixar de escolher os meus nabos na sua mercearia. Porquê tanto alarido se é tudo legal, legalíssimo? E não é esse um dos maiores encantos da Europa atual, construir trapalhadas giríssimas e legalíssimas?

Quanto à Maçonaria, aí é que não percebo mesmo nada, a não ser que há lojas de toda a espécie. Fiquei até a pensar em escrever uma carta à tal Maçonaria a sugerir-lhe que abrisse uma loja de retrosaria aqui para os meus lados.
Dava-me jeito, de vez em quando um fecho, uns botões, ou umas linhas de alinhavar, sei lá.

Parece que o negócio vai bem mas se puder ficar melhor, como o do Alexandre, só me reforça a vaga ideia que tenho dela - que faz pela vida, que se mete por todas as janelas de oportunidade que encontre entreabertas, e que o uso do avental estimula o empreendedorismo dos homens.
Ah, gosto tanto desta palavra, ainda bem que a pude escrever.
E agora vou tomar outra aspirina, a ver se aguento.