A imagem
acima, colhida ao acaso, pertence a um primeiro tempo.
Nele, os
portugueses usam as redes sociais para postar
gatinhos, bebés, paisagens de sonho, arquitectura ora de sonho ora de
pesadelo, anjinhos papudos e, sobretudo, “frases inspiradoras” de “pessoas
inspiradoras” - Osho, Buda, Dalai Lama, Brian Weiss, Gandhi, Paulo Coelho, e
autores desconhecidos dos quais a Chiado Editora tem um armazém cheio.
São pessoas
que dizem coisas lindas sobre os enganos em que andamos enredados, a beleza da
vida simples, as virtudes da clareza duma mente limpa, o desapego, e a importância
do amor ao próximo; sobretudo isso, a importância do amor ao próximo.
Talvez por
artes dum qualquer génio do mal, que também anda à solta nas redes sociais, esses
mesmos portugueses, tão inspirados por seres inspiradores, num segundo tempo, mal
se escreve a palavra “Sócrates”, dedicam-se ao comentário:
…
Não se sabe? É claro que sabe! Corrupto! Ladrão! Crápula!
…
Qual direito a defender-se, qual carapuça! Não tem direito a nada, nem sequer ao ar que respira! Na masmorra, na masmorra é que devia estar e para sempre. E ainda digo mais – tudo o que ele tem devia ser confiscado.
…
Inocente? Você está mas é maluca, sua socratista de me$&@!
“Senhor,
abençoa nossa semana e abra nossos corações para o amor e a caridade”.