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sexta-feira, dezembro 07, 2012

Filha de Rousseau

Deixando de lado as questões da pedagogia e do saber, e apesar de já ter idade para ter juízo, sei que ainda hoje, lá bem no fundo do fundo, sou um pouco “filha de Rousseau”, no sentido de acreditar que o homem é naturalmente bom.

Estúpido isto, eu sei que é estúpido, porque a toda a hora se demonstra que o contrário é que é verdadeiro, mas, como cada um tem direito à sua dose de parvoíce, eu tendo a tomar como seguro que os gestos bonitos nascem da bondade de corações puros. Pois!

O exemplo mais recente foi o da tal Adriana na manifestação de 15 de Setembro; achei que o sortudo do fotógrafo tinha conseguido captar um momento de fraternidade universal, em que o coração duma boa (!) garota ansiava pela paz e concórdia entre os homens, não temendo botas cardadas, bastões ou viseiras para alcançar tão nobre objectivo.
Vai na volta, viu-se que afinal a miúda tinha inclinação para o showbiz.

Daí que tenha estremecido quando li esta frase no Público, a propósito do polícia nova-iorquino que foi comprar umas botas para o sem-abrigo descalço:

Jeffrey Hillman ficou famoso como o sem-abrigo descalço a quem um polícia ofereceu um par de botas numa noite fria. A fotografia do momento emocionou o mundo. Mas nem tudo é o que parece.

Pensei: lá vem bomba de fragmentação para cima da minha fé nos homens. Até tive medo de ler. Mas li, e ainda bem. Afinal o polícia é mesmo um polícia bom, de coração puro e compassivo, e o sem-abrigo é apenas alguém, ou mais um, que perdeu o tino durante uma das muitas guerras americanas. Ufff…

Bom fim-de-semana para todos os corações bons e compassivos.

quarta-feira, outubro 31, 2012

Nova Iorque

A tempestade que se aproximava de Nova Iorque no início da semana, era, diziam, a tempestade perfeita, e prometia causar danos.

Começámos a “vê-la” dias antes nos telejornais, com os repórteres na rua, e na segunda-feira, na internet, podia até ver-se a cidade ao minuto.

Tanta foi a atenção dispensada ao assunto que quase parecia que nós mesmos teríamos que ir fechar portas e entaipar janelas, por ser a nossa casa e a nossa cidade que estavam no olho do furacão.

Metaforicamente, não se andava longe.

Congregação de grandezas e misérias humanas, plataforma de todas as raças e credos, cidade dos sonhos, do vidro e do aço, da arte e da música, da inovação e do luxo − tanto quanto da degradação e miséria, Nova Iorque é património e símbolo maior de toda a civilização ocidental a que pertencemos.

No nosso imaginário, e para sempre, a literatura, mas sobretudo o cinema, ajudaram a fixar-lhe as curvas e os ângulos, a violência e a poesia, os recantos e os grandes espaços.

Nova Iorque está colada à pele duma civilização e duma cultura.
Por isso é casa, sim, e é também nossa.

 

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