Termina um ano carregado de desencanto e indignação.
Reivindico agora, para mim própria, um breve período com
direito ao esquecimento, e a uma normalidade perdida no meu país.
Faz-se a árvore de Natal, compra-se o bacalhau, confeccionam-se
doces que nos darão o conforto do açúcar sem pecado.
Natal é a celebração por excelência da cultura e civilização
em que nos inserimos. Crentes, ateus ou agnósticos, poucos lhe escapam.
Como é próprio de todas as celebrações, o Natal é agregador,
às vezes até reconciliador, reforça laços, une, quebra rotinas.
Terminado (à força) o tempo da lamúria contra o consumismo da
época, e terminado, para muitíssimos, qualquer tipo de consumo, só a sua parte
imaterial nos pode agregar como colectivo.
Celebremos então o imaterial – os afectos, a magia da luz, o
sentimento de pertença.
Por estes dias, o importante, mesmo, é que cada um celebre
um Natal que seja verdadeiramente o seu.
É o que vou fazer.
BOM NATAL.