A propósito da moção de censura do PCP o senhor disse:
“Moção de censura do
PCP é contra o mundo e a realidade" (lido aqui)
Foi então que eu percebi como estava desejosa de que alguém
fizesse uma moção de censura ao estado do mundo e à realidade. Ela aí está. Eu
nem tinha percebido, e estou certa que o PCP também não, mas era isso mesmo que
eu queria.
Há-de concordar que o mundo está num estado que merece
censura e que esta realidade é tão feia que nos empurra para os braços duma
perigosa fantasia.
Eu percebi o subtexto − é óbvio que o senhor acha que a
moção não serve para nada, e até pode ter razão, mas, deixe-me perguntar-lhe:
então e na vida a gente só faz o que serve para alguma coisa? É que, a ser
assim, é melhor o senhor precaver-se, visto já ter dado sobejas provas de que
não nos serve para nada; apertou-nos o garrote o mais que pôde e, mesmo assim,
não vai conseguir cumprir o défice que os seus amigos lhe impuseram.
Diria
mais, o senhor não serve nem a nós nem aos seus amigos (esses, os troikos),
logo, se não serve para nada, é como a moção de censura do PCP tal como o
senhor a entende – uma perfeita inutilidade.