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terça-feira, dezembro 11, 2012

Eu não acredito em bruxas

Um destes dias, saí lampeira com o meu carrinho de compras para ir ao Pingo Doce cá do sítio comprar pão, legumes, fruta e pouco mais.

Não é uma loja grande, nem tinha muita gente.
Feitas as compras, escolhi, para pagar, a caixa central, que é a terceira de cinco. Larguei o meu cesto cinzento com rodinhas atrás da senhora que ia começar a fazer o seu pagamento e fui buscar o meu carrinho de compras, deixado na entrada a não mais de 7 ou 8 metros. Podia vê-lo, e devo ter demorado 30 segundos, ou menos.

Quando voltei, o meu cesto já não estava onde o tinha deixado. Olhei à volta e não o vi, perguntei ao segurança, ali especado como de costume, se tinha reparado em alguém que levasse o cesto por engano; que não. As pessoas à volta, ouvindo a conversa, em todas as filas de caixa começaram a olhar os seus cestos para verificar se não se teriam enganado. Nada.

Esperei um pouco. Que diabo, quem pegou no cesto por engano rapidamente se havia de dar conta disso. Nada. Resolvi eu própria dar uma vista de olhos aos cestos dos clientes que estavam nas filas. Nada. Venci a inércia e percorri todos os corredores do supermercado a olhar todos os cestos. Nada. Decidi voltar a fazer todas as compras sempre de olho nos cestos dos outros. Nada. Já de cesto cheio, voltei a percorrer todos os corredores, sempre espiando cestos. Nada. Voltei para a caixa e perguntei de novo ao segurança se alguém tinha dado sinal de se ter enganado. Nada. Paguei e saí.

Esta é uma daquelas situações em que, se persistirmos em encontrar uma explicação razoável, dado que compras não pagas não podiam interessar a ninguém, corremos o risco de ficar maluquinhos. O melhor mesmo é pôr uma pedra no assunto. É o que tenho tentado fazer, mas sem lograr completo sucesso – volta cá, volta lá, lá estou outra vez a pensar no mistério da cesta desaparecida.

Resolvi, pois, contá-la, como quem exorciza fantasmas.
É que eu não acredito em bruxas, mas lá que as há, há!